quinta-feira, 25 de outubro de 2012


 
SUMÁRIO
 
 
 
1
INTRODUÇÃO..............................................................................
5
2
SISTEMA DE PRODUÇÃO...........................................................
6
2.1
SISTEMA DE FLUXO DE MATERIAIS.........................................
7
3
NATUREZA DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO.......................
8
4
SISTEMAS DE MANUFATURA....................................................
11
5
PCP E A PRODUÇÃO POR LOTE...............................................
18
5.1
O QUE É LOTE DE FABRICAÇÃO – CONCEITUAÇÃO..............
18
5.2
PRODUÇÃO POR LOTE...............................................................
18
5.3
CARACTERÍSTICAS.....................................................................
19
5.4
COMPARAÇÃO E EXEMPLIFICAÇÃO.........................................
20
6
CICLO DE VIDA DO PRODUTO UTILIZANDO O SAP/R3 NA ADMINISTRAÇÃO DE LOTES......................................................
22
6.1
O SAP/R3......................................................................................
22
6.1.1
O início..........................................................................................
22
6.1.2
A Evolução....................................................................................
22
6.1.3
Suas características......................................................................
23
6.1.4
Os módulos...................................................................................
23
6.2
CICLO DE VIDA DO PRODUTO...................................................
24
6.2.1
Finalidade......................................................................................
24
6.2.2
Características...............................................................................
24
6.3
ADMINISTRAÇÃO DE LOTES......................................................
26
6.3.1
Finalidade......................................................................................
26
6.3.2
Integração......................................................................................
26
6.3.3
Características...............................................................................
28
6.4
LOTE.............................................................................................
28
6.4.1
Definição.......................................................................................
28
6.4.2
Estrutura
28
6.4.3
Integração......................................................................................
29
6.5
ADMINISTRAÇÃO DE LOTES EM LOGÍSTICA...........................
29
6.5.1
Objetivo.........................................................................................
29
6.5.2
Fluxo do processo.........................................................................
29
6.5.2.1
Vendas e distribuição....................................................................
29
6.5.2.2
Produção.......................................................................................
29
6.5.2.3
Compras........................................................................................
30
6.5.2.4
Entrada de mercadorias................................................................
30
6.5.2.5
Administração de qualidade..........................................................
30
6.5.2.6
Administração de depósito............................................................
31
6.5.2.7
Administração de estoques...........................................................
31
6.5.2.8
Vendas e distribuição....................................................................
31
6.6
NÍVEL DO LOTE...........................................................................
31
6.6.1
Utilização.......................................................................................
31
6.6.2
Pré-requisitos................................................................................
32
6.6.3
Características...............................................................................
32
6.6.3.1
Níveis do lote.................................................................................
32
6.7
ESPECIFICAÇÕES DE LOTES....................................................
32
6.7.1
Finalidade......................................................................................
32
6.7.2
Integração......................................................................................
33
6.7.3
Características...............................................................................
33
6.8
CRIAÇÃO DE UM REGISTRO MESTRE DE LOTE.....................
34
6.8.1
Utilização.......................................................................................
34
6.8.2
Pré-requisitos................................................................................
34
6.9
ADMINISTRAÇÃO DO STATUS DO LOTE..................................
34
6.9.1
Finalidade......................................................................................
34
6.9.2
Integração......................................................................................
34
6.9.3
Características...............................................................................
35
6.10
DETERMINAÇÃO DE LOTES.......................................................
35
6.10.1
Objetivo.........................................................................................
35
6.10.2
Características...............................................................................
35
6.11
LISTA DE UTILIZAÇÕES DO LOTE.............................................
36
6.11.1
Finalidade.....................................................................................
36
6.11.2
Restrições.....................................................................................
37
6.12
UNIDADES DE MEDIDA ESPECÍFICAS DO LOTE.....................
37
6.12.1
Objetivo.........................................................................................
37
6.12.2
Produtos farmacêuticos / químico-alimentícios etc. (Processamento de substâncias ativas)........................................
37
6.12.3
Aço/papel/madeira/produtos têxteis etc........................................
38
6.12.4
Integração.....................................................................................
38
6.12.4
Características...............................................................................
39
6.13
VERIFICAÇÃO E CÁLCULO DA DATA DO VENCIMENTO.........
39
6.13.1
Utilização.......................................................................................
39
6.13.2
Características...............................................................................
40
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................
41
 
REFERÊNCIAS.............................................................................
42

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO

           

Devido às exigências cada vez maiores por parte do mercado consumidor, tanto na qualidade como na variedade de produtos de baixos custos, a competitividade na área industrial tem-se tornado em geral imprevisíveis, estão cada vez mais substituindo (progressivamente) demandas constantes. Os países altamente industrializados têm realizado mudanças significativas na área de manufatura, permitindo produzir produtos de alta qualidade de baixos custos e em pequenos lotes e em curto espaço de tempo.

O trabalho tem como foco principal, o sistema de manufatura da produção em lotes, sendo necessário enveredar por escalonamentos da administração da produção para ter um conhecimento embasado do tema a ser desenvolvido.

            Desta forma, convém citar que, tanto o sistema produtivo, o fluxo de materiais, a natureza dos processos e o sistema de manufatura e sua tipologia utilizada, será particularizado para atender as demandas de cada organização produtiva.

            Mas além de conceituar a produção por lote alinhado ao PCP (Planejamento e Controle da Produção), iremos demonstrar a aplicabilidade na tecnologia da informação, através da utilização do software de Gestão Empresarial, o SAP (Sistemas, Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados) no ciclo de vida do produto na administração de lotes.

 

 

 

 

 

2 SISTEMA DE PRODUÇÃO

Cada empresa adota um sistema de produção para realizar as suas operações e desenvolver seus produtos ou serviços da melhor maneira possível e, com isso, garantir sua eficiência e eficácia. O sistema de produção é a maneira pela qual a empresa organiza seus órgãos e realiza suas operações de produção, adotando uma interdependência lógica entre todas as etapas do processo produtivo, desde o momento em que os materiais e matérias-primas saem do almoxarifado até chegar ao depósito como produto acabado.

Na realidade, para que isso aconteça, as entradas e os insumos que vêm dos fornecedores ingressam na empresa por meio do almoxarifado de materiais e matérias-primas, sendo ali estocados até a sua eventual utilização pela produção. A produção processa e transforma os materiais e matérias-primas em produtos acabados para serem estocados no depósito até a sua entrega aos clientes e consumidores. A interdependência entre o almoxarifado, a produção e o depósito é muito grande: qualquer alteração em um deles provoca influências sobre os demais, como se fossem vasos comunicantes. Eles são os três subsistemas do sistema de produção intimamente inter-relacionados e interdependentes.

2.1 SISTEMA DE FLUXO DE MATERIAIS

Johnson e Montgomery (1974) apresentam na Figura 2.1 um modelo geral de fluxo, ainda válido para os tempos atuais, onde a empresa adquire de fornecedores o material bruto e/ou subconjuntos para atender as necessidades de produção, sendo que neste caso o gerenciamento de aquisição e controle de inventários é do departamento de compras e estoque de material que providencia a entrada destes no sistema produtivo. O sistema produtivo consiste de centros de produção que processam o material bruto e/ou subconjuntos transformando-os em produto acabado, sendo então o departamento de produção responsável pelo gerenciamento de mão de obra (manpower) e instalações (facilities) que determinarão a capacidade produtiva de cada centro que irá executar as rotinas para produzir o produto.

Produtos acabados deixam o sistema produtivo para atender a demanda de clientes, que podem ser um consumidor direto, um varejista, um atacadista ou um cliente interno parte de outro processo de manufatura. É função do departamento de distribuição e vendas o gerenciamento das quantidades e armazenamento destes produtos para satisfazer as necessidades de atendimento do cliente.

Os autores afirmam ainda que três fatores do fluxo de material são de grande interesse para o gerenciamento da produção:

*                 Quantidade/Tempo – é a quantidade a ser processado por vez em um determinado período de tempo;

*                 Qualidade – grau de conformidade com as especificações;

*                 Custo – valor de todos os recursos gastos para a fabricação do produto.

Procedimentos para planejamento e controle formais destes fatores devem ser estabelecidos, de modo que uma companhia terá unidades organizacionais e sistemas de informações para controlar a produção, inventários, qualidade e custos.

Figura 1 - Sistema de Fluxo de Materiais - Johnson e Montgomery (1974)

3 NATUREZA DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO

O planejamento e controle da produção é um tipo de controle formal para o fator Qualidade/Tempo discutido na seção anterior, tendo este à função gerencial de planejar e controlar a produção. Esta função gerencial depende fortemente de conhecimentos da natureza dos processos de produção que serão controlados.

Rosa (2002) ressalta que um sistema é definido por conter um processo específico de funcionamento a partir de determinados insumos (inputs) de tal forma a atender determinados resultados (outputs), sendo organizado previamente para atender esses resultados. Porém, esta organização prévia não é garantia que os resultados sejam atingidos conforme planejado, necessitando o sistema de ter um monitoramento ao longo de seu desenvolvimento até a etapa final para verificar as discrepâncias entre o resultado real e o planejado. Este monitoramento propiciaria constante retroalimentação (feedback) de tal forma a orientar as correções de eventuais desvios no funcionamento do sistema. A Figura 2 sintetiza um sistema de empresa industrial.


Figura 2 - Sistema: Empresa industrial – Fonte: Rosa, (2002).

Palomino (2001) apresenta sistemas de produção como processos planejados pelos quais elementos são transformados em produtos úteis. Segundo RUSSOMANO (apud Tagliari, 2002), um sistema de produção pode ser definido como a configuração de recursos combinados, para a provisão de bens e/ou serviços.

A explicitação dos itens físicos que compõem esses recursos combinados produz o que se denomina sistemas físicos, cujas principais categorias de recursos são as matérias-primas, os equipamentos, a mão-de-obra e os produtos associados ao sistema de produção.

Stoner (1995) ressalta que o sistema de produção atua dentro do quadro mais amplo da estratégia organizacional, devendo o plano estratégico de a organização ser utilizado como diretriz coerente para as políticas produtivas, especificando metas e objetivos que possam ser atingidos. Desta forma, o sistema de produção deve ser projetado de modo compatível com as estratégias da organização e reciprocamente, suas capacidades devem ser consideradas na formulação da estratégia organizacional.

Inúmeros fatores podem influenciar a configuração de um sistema de produção, podendo surgir assim várias classificações.

Johnson e Montgomery (1974) fazem uma classificação dos sistemas de produção em função do fluxo de materiais como sendo sistema de produção contínua, sistema de produção intermitente, sistema de projeto e sistema puro de inventário. O sistema de produção contínua envolve tipicamente a produção de umas poucas famílias de produtos com relacionamento próximo, em grandes volumes de produção, com arranjo físico de acordo com a rotina (seqüência de produção) do produto. No sistema de produção intermitente um grande número de produtos precisa ser fabricado ocorrendo então freqüentes mudanças (Setup) nos centros de produção que terão arranjos (flow shop ou job shop) de acordo com a coincidência ou não da rotina (seqüência de produção) dos produtos. Problemas de planejamento e controle de produção são mais complexos no sistema produção intermitente do que no sistema de produção contínua. No sistema de projeto a produção é feita para atender um projeto específico que não é produzido com freqüência e em alguns casos é produzida uma única vez.

O sistema de puro inventário é um caso especial onde há gerenciamento de compra e estoque de material, mas não há produção. Uma loja de varejo que compra produtos para vendas intermediárias é um sistema puro de inventário.

Zacarelli (1979) faz classificação semelhante à realizada por Johnson e Montgomery (1974), porém, fazendo subdivisões para os sistemas de produção contínuo e intermitente. O autor classifica as indústrias em duas classes: indústria do tipo contínuo e indústria do tipo intermitente. Indústrias do tipo contínuo: onde os equipamentos executam as mesmas operações de maneira contínua e o material se move com pequenas interrupções entre eles até chegar ao produto acabado. Pode se subdividir em: a) contínuo puro: uma só linha de produção, os produtos finais são exatamente iguais e toda a matéria-prima é processada da mesma forma e na mesma seqüência; b) contínuo com montagem ou desmontagem: várias linhas de produção contínua que convergem nos locais de montagem ou desmontagem; e c) contínuo com diferenciação final: características de fluxo igual a um ou outro dos subtipos anteriores, mas o produto final pode apresentar variações. Indústrias do tipo intermitente: diversidade de produtos fabricados e tamanho reduzido do lote de fabricação determina que os equipamentos apresentem variações freqüentes no trabalho. Subdividem-se em: a) fabricação por encomenda de produtos diferentes: produto de acordo com as especificações do cliente e a fabricação se inicia após a venda do produto; e b) fabricação repetitiva dos mesmos lotes de produtos: produtos padronizados pelo fabricante, repetitividade dos lotes de fabricação, podendo ter as mesmas características de fluxo existente na fabricação sob encomenda.

Já classificação quanto ao tipo de processo está relacionada com a forma como os recursos produtivos estão organizados para a realização da transformação do produto. Para os objetivos deste trabalho, estenderemos este estudo para a classificação quanto ao tipo de produto e especificamente para o sistema de produção discreta, considerada como veremos a seguir, a forma do sistema de manufatura.


Figura 3 - Modelo de Sistema de Produção – Adaptado Slack et al. (2002).

4 SISTEMAS DE MANUFATURA

DICESARE (apud Palomino, 2001) considera os sistemas de manufatura como sendo um sistema de produção discreta, e composto de:

*                 Sistema Físico, que é o conjunto de recursos que opera sobre a matéria prima e/ou sobre o trabalho em processo, como máquinas, células, sistemas de transporte (transportadores, AGVs, etc.), trabalhadores, dispositivos de armazenagem, estações de carga/descarga, estações de controle de qualidade etc;

*                 Leiaute de Manufatura, que representa a forma como os recursos físicos são distribuídos no chão da fábrica e a conexão de um com o outro;

*                 Sistema de Gerenciamento, conhecido também como sistema de controle ou sistema de tomada de decisão.

Moreira (1993) define sistema de manufatura como sendo um conjunto de atividades e operações necessárias para a produção de produtos envolvendo os seguintes elementos: Insumos, o processo de transformação e os produtos fabricados.

Black (1998) define sistema de manufatura como um arranjo complexo de elementos físicos caracterizados por parâmetros mensuráveis. Dentre os elementos físicos importantes na manufatura destacam-se: pessoas, processos, equipamentos, estoque e manuseio de materiais.

Dentre os parâmetros mensuráveis destacam-se: taxa de produção, estoque em processo, custo total ou unitário, entre outros.



Tabela 4 - Com base na Teoria de Sistemas - Perales (2006)

A Figura 5 representa a definição de um sistema de manufatura (ou sistema de produção discreta).


Figura 5 - Sistema de Manufatura (Sistema de Produção Discreta) – Black (1998)

O sistema de manufatura (ou sistema de produção discreta) tem por objetivo produzir um conjunto de tipos diferentes de produtos, os quais precisam seguir uma determinada sequencia de operações (roteiro de produção), sendo que cada operação pode ser realizada por uma ou mais máquinas. O grande número de produtos a serem fabricadas de forma simultânea e concorrente, as complexidades de cada produto, sua diversificação, a variação nas quantidades a serem fabricadas, variações nas demandas, a introdução de novos produtos etc. fazem dos sistemas de manufaturas um sistema complexo, sendo que esta complexidade inerente será tanto maior quanto mais complexos forem os produtos a serem fabricados, quanto mais complexa for a estrutura de produção vinculada a esses produtos e quanto mais limitadas forem as liberdades de custos e prazos para a realização da manufatura.

Constante transformação vem ocorrendo nos sistemas produtivos ao longo dos tempos. Souza (2002) destaca em seu trabalho a evolução cronológica dos sistemas de manufatura, primeiro com enfoque na manufatura americana considerando três estágios ou eras.

*      Era da Produção Artesanal – até 1850;

*      Era da Produção em Massa – de 1850 a 1975;

*      Era da Produção Flexível ou Enxuta – após 1975.

e em seguida tratando da evolução tecnológica do final deste século e virada do milênio, quando surgiram novas propostas de sistemas de manufatura, como:

*      Lean Manufacturing – Sistema de Manufatura Enxuta ou Produção Enxuta;

*      Agile Manufacturing – Sistema de Manufatura Ágil;

*      Holonic Manufacturing Systems – Sistema de Manufatura Holônica.

As mudanças sempre visaram buscar uma maior eficiência dos sistemas de manufatura que possibilitasse as organizações a conquistarem o mercado consumidor oferecendo produtos variados, com qualidade, custos baixo e em curto espaço de tempo.

Slack et al. (2002) define 5 (cinco) objetivos de desempenho básico aplicado a todas as operações produtivas, considerando como estratégico tomar providências no sentido de atingir este objetivo com a finalidade de buscar vantagens competitivas. A Tabela 6 apresenta um resumo dos objetivos de desempenho da produção proposta por Slack et al. (2002).

Tabela 6 - Objetivos de Desempenho da Produção - Slack et al. (2002)

A Tabela 7 apresenta os tipos de processos de manufatura conforme apresentados por Slack et al. (2002) e por Krajewski e Ritzman (2004). Os autores apresentam em alguns casos denominações diferentes para o mesmo conceito.


Tabela 7 - Tipos de Processos em Operações de Manufatura

Para Slack et al. (2002), cada tipo de processo em manufatura implica uma forma diferente de organizar as atividades das operações com diferentes características de volume e variedade. A posição volume-variedade de uma produção tem implicações para quase todos os aspectos de organizar atividades das operações e possuem implicações nos custos. De forma simples a Figura 8 resume as implicações deste posicionamento, e a Figura 2.6 mostra os tipos de processos de manufatura em forma gráfica relacionando a posição volume-variedade de uma produção, considerando a variedade no eixo vertical e o volume no eixo horizontal.


Figura 8 - Volume-Variedade nas Operações de Manufatura – Slack et al (2002)


Figura 9 - Tipos de Processos em Operações de Manufatura – Slack et al. (2002)

Para Krajewski e Ritzman (2004), os processos em organizações industriais dependem do volume e do grau de customização, considerando a customização no eixo vertical e o volume no eixo horizontal, conforme mostra a na Figura 10.


Figura 10 - Processos em Organizações Industriais – Krajewski e Ritzman (2004)

*                 A seguir serão apresentados exemplos que ajudam a compreender cada um dos tipos de processos de manufatura apresentado anteriormente.

*                 Processo de Projeto: Exemplos de processo de projeto incluem construção de navios, atividades das companhias de construção e grandes operações de fabricação como as de turbogeradores.

*                 Processo por Tarefa (Processo de Jobbing): Exemplos deste tipo de processo compreendem muitos técnicos especializados, como mestres ferramenteiros de ferramentarias especializadas para usinagem de precisão.

*                 Processo por Lote (ou Bateladas): Exemplos deste tipo de processo compreendem manufaturas de máquinas-ferramentas e a manufatura da maior parte de peças de conjuntos montados em massa. Um processo por lote difere de um processo por tarefa no que diz respeito ao volume, variedade e qualidade.

*                 Processo em Linha (Processos de Produção em Massa): Como exemplo de processo de produção em linha (processo de produção em massa) tem-se a fábrica de automóveis, a maior partes dos fabricantes de bens duráveis e a maior parte dos processos de produção de alimentos. Um processo em linha encontra-se entre o processo por lote e o processo contínuo, os volumes são elevados e os produtos são padronizados, permitindo que os recursos sejam organizados em torno de um produto.

*                 Processo contínuo: Exemplos de processo contínuo são as refinarias de petróleo, siderúrgicas e algumas fábricas de papéis. Um processo contínuo é o extremo da produção em grandes volumes e padronizada com fluxos de linha rígidos.

5 PCP E A PRODUÇÃO POR LOTE.

5.1 O QUE É LOTE DE FABRICAÇÃO

É a quantidade de produtos do mesmo lote que serão produzidos sem interrupção da produção para produzir outros produtos. Na prática, empresas usam nomenclaturas diferentes para designar o lote de fabricação. As mais usuais são Lote de Produção e Ordem de Produção, identificados por números que indicam a sequencia nas quais devem ser fabricados.

Há casos em que as ordens de produção subsequentes são do mesmo produto, neste caso o lote de fabricação pode ser a soma da quantidade das ordens. Esta pratica é comum para evitar ajustes, trocas de ferramentas e preparação de máquinas para produtos diferentes.

5.2 PRODUÇÃO POR LOTE.

O planejamento e controle da produção interagem com as diversas áreas que devem ser executadas de maneira a atingir os objetivos que foram traçados, com a finalidade de aumentar a eficiência e eficácia da empresa. Para atingir as metas que foram traçadas, o PCP tem que cumprir o seu papel apoiando o tomador de decisões logísticas a planejar os materiais comprados, a quantidade de estoques de matérias-primas e acabadas, visando ter quantidade certa no momento necessário, devido aos conflitos departamentais existentes, porque o setor de produção, vendas e estoques por situações internas querem trabalhar com estoque alto, ao passo que o financeiro diz que estoque alto significa dinheiro parado e investimento sem liquidez.

A produção por lote é um dos sistemas de PCP que, segundo Idalberto Chiavenato: é o sistema de produção utilizado por empresas que produzem uma quantidade limitada de um tipo de produto de cada vez. Cada lote de produção exige um PCP específico. Como o nome indica, cada vez que um processo em lote produz um produto, é produzido mais do que um produto, com isso gera repetições nas operações. No processo por lote os volumes são maiores porque os produtos são executados repetidamente, um lote tem uma grande variedade, mas é limitada porque um produto ao ser processado em sua quantidade solicitada é finalizado e a produção passa para o próximo lote.

5.3 CARACTERÍSTICAS

Segundo Idalberto Chiavenato, as principais características de PCP em produção em lotes são as seguintes:

*                 A empresa é capaz de produzir bens/serviços genéricos de diferentes características;

*                 As máquinas são agrupadas em baterias do mesmo tipo;

*                 Em cada lote de produção, as ferramentas devem ser modificadas e arranjadas para atender aos diferentes produtos/serviços;

*                 A produção em lotes exige grandes áreas de estocagem de produtos acabados e grande estoque de materiais em processamento ou em vias.

A produção em lotes impõe em eficiente PCP para permitir mudanças nos planos de produção, na medida em que os lotes vão sendo completados e novos lotes devem ser planejados. Na realidade o sucesso do processo produtivo depende diretamente do PCP.

Na produção por lote é normal que ocorra um desequilíbrio na capacidade de produção dos diferentes departamentos, tendo em vista que nem sempre a capacidade de produção é igual à dos demais departamentos, o PCP faz um programa de turnos diferentes, com a finalidade de compensar a limitação de equipamentos com o aumento de contração de mão de obra visando regularizar esse processo. Por se tratar de produtos em grande quantidade é necessária uma área grande para estocar a produção e consequentemente também a matéria-prima. O planejamento e controle da produção precisam ser planejados e gerenciados de forma adequada, para identificar os erros, fazendo a correção e evitar sua repetição, devendo também ser flexível às mudanças das rotinas, devido às contingências mercadológicas.

5.4 COMPARAÇÃO E EXEMPLIFICAÇÃO

Comparação

Os processos de produção são determinados de acordo com o tipo de produto que a empresa oferece. Se for produção de formulários contínuos, será por encomenda, se for produção de açúcar, será por lotes. Estas são as suas principais formas de processo de produção, cada uma tem suas particularidades, a por lote a produção é constante de um único produto, já a por encomenda apesar de ser mais trabalhosa e ter mais tempo de set-up é capaz de oferecer produtos personalizados a seus clientes. Os processos repetitivos em lotes caracterizam-se pela produção de um volume médio de itens padronizado em lotes, onde cada lote segue uma série de operações que necessita ser programada à medida que as operações anteriores sejam concluídas. Estes sistemas produtivos são relativamente flexíveis, empregando equipamentos menos especializados, que permitem em conjunto com funcionários polivalentes atender a diferentes volumes e variedades de pedidos dos clientes. (TUBINO, 1997, P.152).

Processos em lotes frequentemente pode se parecer com os de jobbing, mas os processos em lotes não têm o mesmo grau de variedade dos de jobbing. Como o nome indica, cada vez que um processo em lotes produz um produto, é produzido mais do que um produto. ““ Desta forma, cada parte da operação tem períodos em que se está repetindo, pelo menos enquanto o “lote” ou a” batelada” está sendo processado. O tamanho do lote poderia ser apenas de dois a três produtos; neste caso, o processo em lotes diferiria pouco do jobbing, especialmente se cada lote for um produto totalmente novo. Inversamente, se os lotes forem grandes, e especialmente se os produtos forem familiares à operação, os processos em lotes podem ser relativamente repetitivos. Por esse motivo, o processo em lotes pode ser baseado em uma gama mais ampla de níveis de volume e variedade do que outros tipos de processos.

 

Exemplificação

 

*      É utilizado por empresas que produzem um número limitado de produtos de cada vez;

*      Cada lote é determinado para atender certo volume de vendas, para um período de tempo;

*      Cada lote recebe uma identificação como número ou código.

*      O sistema de produção em lotes é utilizado por uma infinidade de indústrias, a saber:

*      Têxteis, de cerâmica, eletrodomésticos, motores elétricos, brinquedos, remédios etc.

*      As máquinas são agrupadas em baterias do mesmo tipo, o trabalho passa de uma e outra bateria em lotes de produção intermitentemente.

*      Permite uma utilização regular e plana da mão de obra sem grandes picos de produção.

Os processos em lotes ou em bateladas incluem uma ampla gama de relações volume-variedade. O que os caracteriza é a similar idade entre os distintos produtos que proporciona um maior grau de repetibilidade.

Exemplos: Autopeças, Menor variedade que o processo de Jobbing, porém maior volume de produção.

*      Pouca necessidade de Mão de obra especializada;

*      Processos relativamente repetitivos.

Exemplos produtivos:

*      Produção de máquinas ferramentas;

*      Fabricação de peças para indústria automotiva;

*      Fabricação de roupas industrializadas;

*      Produção de alimentos congelados especiais;

*      Produção de alimentos de conveniência;

*      Produção de cosméticos;

*      Produção de fármacos.

6 CICLO DE VIDA DO PRODUTO UTILIZANDO O SAP/R3 NA ADMINISTRAÇÃO DE LOTES.

6.1 O SAP/R3

SAP é um software de Gestão Empresarial criado por uma empresa alemã que tem o mesmo nome SAP AG (SAP associação anônima). O significado da sigla é uma abreviação de Systeme, Anwendungen und Produkte in der Datenverarbeitung, no idioma alemão, que quer dizer, em português Sistemas, Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados.

6.1.1 O inicio

O software SAP nasceu em 1972 com a segunda versão do "R/1" ou "real-time data processing", um software de gestão contábil criado pela empresa, a versão "SAP R/2" ou "Real time System Version 2", foi o primeiro produto de sucesso criado pela empresa, pois era constituído por vários módulos e foi utilizado até 1995 por quase duas mil empresas no mundo.

6.1.2 A Evolução

A versão R/3 ou SAP R/3 oferece diversas funcionalidades que as grandes corporações necessitam, através dos seus módulos que contem diversas aplicações voltadas às áreas de negócio. Esses módulos atendem as necessidades nas áreas de produção, finanças, vendas e distribuição e recursos humanos.

No Brasil, hoje, o SAP é um sistema bem difundido, utilizado por empresas representativas como a CEMIG, Embraer, Bunge, Usiminas, Petrobras, Copasa, Braskem, entre diversas outras grandes empresas.

6.1.3 Suas características

O SAP R/3 é constituído por processos de negócio baseados em práticas consagradas no mundo dos negócios. O sistema oferece o processamento de informações em verdadeiro tempo real ao longo da empresa onde estiver implementado. Em função da forma que o software é bem configurável ele se torna compatível com todos os seguimentos de negócios e a disponibilidade das informações que ele promove faz dele o software mais bem aceito em todo mundo, se tornando o top entre todos os softwares ERP.

6.1.4 Os módulos


Existem diversos módulos que constituem o SAP R/3, são eles:


*      PP - Planejamento de Produção;

*      MM - Controle de Materiais;

*      SD - Vendas e Distribuições;

*      QM - Controle de Qualidade;

*      PM - Programa de Manutenção;

*      HR - Recursos Humanos;

*      FI - Contabilidade Financeira;

*      CO – Controladoria.

Estes módulos podem ser ajustados para se adaptarem às características da empresa de forma que as alterações nos processos práticos da organização sejam minimizadas.

6.2 CICLO DE VIDA DO PRODUTO 

6.2.1 Finalidade

A Administração do ciclo de vida do produto é uma coleção de soluções com as quais o usuário digitalmente cria, atualiza e torna disponível em toda a sociedade e para todo o ciclo de vida de um produto informações sobre o produto.

Do mesmo modo que uma sociedade ambiciosa, o usuário não deseja apenas estar no mesmo nível da concorrência internacional, mas sim aumentar a competitividade no campo de novas tecnologias de informação. Somente uma sociedade flexível que aperfeiçoa o trabalho diário em todas as fases do ciclo de vida de um produto pode atingir uma superioridade competitiva. A qualidade do produto, a qualidade do processo e a administração do conhecimento são fatores essenciais à competitividade em todas essas fases. Com os meios de comunicação da Internet, o usuário aperfeiçoa os processos e modelos empresariais para relações industriais.

6.2.2 Características

O que é PLM?

PLM (Product Lifecycle Management), ou seja, gerenciamento do ciclo de vida do produto é uma ferramenta que auxilia as organizações a alcançarem seus objetivos enquanto, de maneira continua, reduzem os custos, protegem suas informações, aumentam a qualidade e reduzem o tempo na execução e o “Time to Market” (ou seja, a diminuição do tempo gasto entre a criação e disponibilidade do produto no mercado).

O gráfico a seguir mostra as aplicações permitidas pela PLM.


 

As inúmeras funções estão disponíveis nas seguintes aplicações:

 

Aplicação
Tarefa
Estruturas de processos e do produto
Com essas funções, o usuário atualiza dados do produto (como listas técnicas de material e outros dados básicos como documentos e materiais, por exemplo), além de dados do processo (como listas de tarefas ou ordens de produção).
Administração de programas
Com as funções do sistema de projetos da SAP, o usuário pode planejar projetos. Por exemplo, o usuário pode atualizar o Project Builder, as estruturas do projeto e os dados do projeto e, depois, executar a contabilidade de custos e o planejamento de orçamento.
Modificação do ciclo de vida e administração da configuração
Com as funções de Controle de modificações, Administração da modificação de ordens, Administração da configuração e Administração de reivindicações, o usuário organiza o desenvolvimento e os processos de modificação em todas as fases do ciclo de vida.
Engenharia de colaboração
Esta função torna mais fácil a comunicação com parceiros externos de negócios em termos de internet.

 

6.3 ADMINISTRAÇÃO DE LOTES

6.3.1Finalidade

Em vários setores – especialmente na indústria de processo –, é necessário trabalhar com quantidades parciais de um material ou produto em toda a cadeia logística de quantidades e valores.

Existem vários motivos para isso:

*                 Requisitos legais (por exemplo, as diretrizes definidas pelo GMP (Good Manufacturing Practice) ou regulamentações sobre substâncias perigosas.

*                 Rastreamento de defeitos, atividades de callback e necessidade de regressão.

*                 A necessidade da Administração de estoques diferenciada em valor e em quantidade (por exemplo, devido a qualidades heterogêneas de rendimento/resultado ou componentes variáveis) na Produção.

*                 Diferenças na utilização e monitorização no MRP, em SD e Produção;

*                 Requisitos de procedimento ou de produção (por exemplo, liquidação de quantidades de material com base em diversas especificações de lote).

6.3.2 Integração

A Administração de lotes está integrada em todas as aplicações do sistema R/3. Ela apóia a administração e o processamento de lotes em todos os processos de negócios de uma sociedade.


6.3.3 Características

*                 Atribuição de números do lote

o   Utilizar esta função para atribuir a um lote um número que o identifique de maneira exclusiva.

*                 Especificação de lotes

o   Utilizar esta função para descrever cada lote de maneira exclusiva, por meio de características e valores de característica. Indicar o intervalo de valores permitidos no registro mestre de materiais atribuídos.

*                 Administração do status do lote

o   Utilizar esta função para indicar se um lote pode ou não ser utilizado. É possível definir esse status:

§  Manualmente, no registro mestre do lote ou na entrada de mercadorias;

§  Automaticamente, durante a decisão de utilização na administração de qualidade.

*                 Determinação de lotes

o   Com essa função, é possível utilizar vários critérios para pesquisar lotes que estão em estoque, por exemplo:

§  Ao lançar saídas de mercadorias;

§  Ao combinar componentes de material adequados para ordens de produção e ordens de processo;

§  Ao criar uma remessa de acordo com as necessidades específicas do cliente.

*                 Lista de utilizações do lote

*                 O registro mestre do lote contém todos os dados teóricos e reais relevantes para a qualidade e referentes à produção de um lote e obedece às diretrizes GMP (Good Manufacturing Practices) para as indústrias farmacêutica e alimentícia

*                 O caminho do lote do suprimento ao fornecimento para o cliente é exibido na lista de utilizações do lote

*                 Processamento de ingredientes ativos

o   Utilizar esta função para administrar e processar materiais com ingredientes ativos sujeitos a processamento em lotes.

6.4 LOTE

6.4.1 Definição

A quantidade total ou parcial de um determinado material ou produto que foi produzido de acordo com a mesma receita e que representa uma unidade homogênea e não reproduzível com especificações exclusivas.

6.4.2 Estrutura

O objeto de lote contém os seguintes campos-chave:

*      Material

*      Lote

*      Centro

O campo-chave do centro é relevante somente se o nível de centro estiver selecionado como Nível de lote.

6.4.3 Integração

É possível utilizar lotes em todos os processos da cadeia logística.

Os lotes

*       Sempre são atribuídos a um material;

*       Podem ser utilizados somente para materiais sujeitos a processamento em lotes.

6.5 ADMINISTRAÇÃO DE LOTES EM LOGÍSTICA

6.5.1 Objetivo

A cadeia de processos a seguir mostra como a administração de lotes pode ser feita quando integrada ao componente relevante do sistema SAP.

6.5.2 Fluxo do processo

6.5.2.1 Vendas e distribuição

*       É lançada uma ordem do cliente para um material sujeito a lotes.
O usuário combinou previamente com o cliente que os lotes do material a ser fornecido devem atender a determinadas especificações;

*       É feita uma determinação de lotes e uma verificação de disponibilidade e utilização de lotes. O sistema determina que a ordem do cliente não possa ser atendida com o estoque atual;

*       Uma necessidade é transferida para a produção.

6.5.2.2 Produção

*       Uma ordem de produção (produção discreta) ou uma ordem de processo (produção por processo) é criada para o material sujeito a lotes, em decorrência da ordem do cliente lançada.

*       É possível atribuir um número de lote à quantidade de material a ser produzida.

*       Uma vez que são necessárias matérias-primas com determinadas especificações para a produção do material em questão, é acionada a determinação de lotes.

*       Se existir uma quantidade suficiente de matéria-prima disponível, os lotes selecionados são reservados para a ordem de produção ou de processo.

6.5.2.3 Compras

*       No caso de uma quantidade insuficiente de matéria-prima, é pedida ao fornecedor a quantidade requerida com as especificações adequadas.

6.5.2.4 Entrada de mercadorias

*       Devido ao pedido criado por Compras, a matéria-prima é lançada no estoque no controle de qualidade durante a entrada de mercadorias.

*       Um número de lote é atribuído ao lote.

*       É criado um lote de controle.

6.5.2.5 Administração de qualidade

*       O lote de matéria-prima fornecido está sujeito ao controle de qualidade.

*       Os resultados do controle são registrados e ficam disponíveis para a determinação de lotes assim que a decisão de utilização é registrada.

*       O lote é lançado no estoque de utilização restrita ou no estoque de utilização livre.

*       Os controles são aplicados durante o processo de produção.

*       Os resultados de controle são registrados.

*       É tomada uma decisão de utilização.

*       O lote produzido estará sujeito a um controle de qualidade para a liberação final.

*       Os resultados de controle são registrados.

*       É tomada uma decisão de utilização.

6.5.2.6 Administração de depósito

*      O lote de matéria-prima é colocado no nível de posições do depósito.

*      Através da utilização da necessidade de transporte, o lote de matéria-prima é fornecido na hora e data corretas.

6.5.2.7 Administração de estoques

*                 É lançada a saída de mercadorias para o lote de matéria-prima necessário à produção.

*                 O lote produzido é lançado no estoque em controle de qualidade.

*                 É criado um lote de controle.

*                 O lote produzido é lançado no estoque de utilização livre.

*                 É lançada a saída de mercadorias.

6.5.2.8 Vendas e distribuição

*                 Durante o fornecimento, é feita a determinação de lotes em relação à ordem do cliente.

*                 No decorrer da determinação de lotes, é executada uma verificação de disponibilidade.

*                 Através da utilização dos resultados de controle da administração de qualidade, os certificados de controle podem ser criados automaticamente.

6.6 NÍVEL DO LOTE

6.6.1 Utilização

É possível administrar lotes em diferentes centros para vários materiais. Por isso, é necessário que os lotes sejam identificados de forma exclusiva. No sistema SAP, o número de lote identifica o lote de forma exclusiva. Utilizar o nível do lote para determinar se o número do lote de um material é exclusivo em um único centro ou em todos os centros.

 

 

6.6.2 Pré-requisitos

Selecionar o nível do lote no Customizing da Administração de lotes em Determinar nível do lote e ativar administração do status do lote.

6.6.3 Características

6.6.3.1 Níveis do lote

*                 Nível de centro: O número do lote é exclusivo em relação ao centro e ao material.

o        No caso do número do lote ser conhecido apenas no centro em que foi criado, se o estoque é transferido para outro centro, o lote é desconhecido no centro receptor; e o sistema não aceita os dados. É preciso recriar e determinar o lote no centro receptor; ou seja, o mesmo número de lote pode ter especificações diferentes em diversos centros.

*                 Nível de material: O número do lote é exclusivo em todos os centros em relação ao material.

o        O mesmo número de lote tem o mesmo significado para o material em todos os centros. Um número de lote não pode ter especificações diferentes em centros diferentes. Durante a transferência de estoque para outro centro, a especificação do lote é conhecida no centro de destino, mesmo que o lote seja colocado no depósito nesse centro pela primeira vez.

*                 Nível do mandante: O número do lote é exclusivo em todo o mandante. Um número de lote só pode ser atribuído uma única vez no mandante. Não é possível atribuir o mesmo número de lote a materiais diferentes.

6.7 Especificações de lotes

6.7.1 Finalidade

As especificações de lotes descrevem as propriedades técnicas, físicas e/ou químicas de um lote. É possível gravar especificações de lotes, tais como status do lote ou potência do ingrediente ativo, como características no Sistema de classificação.

Os lotes de pintura de veículos são definidos pelo valor da cor, viscosidade e data de vencimento. É possível gravar as características de valor da cor, viscosidade e data de vencimento dessas propriedades no sistema de classificação e atribuir os respectivos valores a cada lote.

O usuário pode utilizar o sistema de classificação para atribuir as especificações ao material de um lote. Essas especificações de material são atribuídas à mesma classe dos lotes dos materiais. Por isso, é possível gravar os valores fixados de um lote com o respectivo intervalo de tolerância. Esses valores fixados são utilizados no controle de qualidade ou durante a operação de entrada de mercadorias, por exemplo, quando é necessário classificar um lote imediatamente. Os valores também são empregados na verificação de utilização.

No material, ficam gravados os intervalos fixados para todas as características. Como o lote pertence à mesma classe do material, recebe as características do material automaticamente. Para cada lote individual, entrar os valores reais exatos.

6.7.2 Integração

Para utilizar especificações de lotes, o usuário deve instalar o sistema de classificação.

Função desejada
Componente obrigatório
Decisão de utilização para lotes
Administração de qualidade
Pesquisa de lotes por meio de especificações
Determinação de lotes

6.7.3 Características

*      Existem dois tipos de característica: Características standard predefinidas e características definidas pelo usuário

*      É possível entrar especificações de lotes em diversos departamentos:

*      Na entrada de mercadorias, por exemplo, é possível entrar a data de vencimento.

*      Na decisão de utilização no controle de qualidade, por exemplo, é possível entrar os valores estabelecidos.

*      O usuário pode verificar se o lote está dentro do intervalo de tolerância.

*      O usuário grava as especificações de material e os valores fixados no material, depois grava as especificações de lotes no lote. Quando o lote é produzido, as especificações são verificadas no laboratório e são calculados os valores de cada lote. Se esses valores estiverem dentro do intervalo definido, o lote é aceitável.

6.8 CRIAÇÃO DE UM REGISTRO MESTRE DE LOTE

6.8.1 Utilização

Utilizar esta função para entrar dados de lote em um registro mestre separado.

6.8.2 Pré-requisitos

Só é possível criar lotes e registros mestre de lote para um material que esteja sujeito a processamento em lotes. Para isso, o usuário deve definir o código Administração de lotes no registro mestre de materiais.

6.9 ADMINISTRAÇÃO DO STATUS DO LOTE

6.9.1 Finalidade

Utilizar esta função para indicar se um lote pode ou não ser utilizado. Isso evita movimentos de mercadorias para lotes não utilizáveis, bem como seu fornecimento aos clientes e sua utilização na Produção. É possível utilizar outras características adaptadas pelo usuário às suas necessidades para exibir em detalhes as diferenças entre os dois status. Dessa maneira, o usuário pode indicar para que tipo de utilização um lote esteja ou não liberado.

6.9.2 Integração

O nível em que o usuário define os lote a serem processados determina os centros em que a administração do status é utilizada para um material sujeito a lotes.

Nível do lote
Administração de status
Nível do material ou do mandante
Automaticamente em todos os centros
Nível de centro
Pode ser selecionado para centros individuais

6.9.3 Características

*                 Status do lote: O sistema utiliza um código no registro mestre do lote para mostrar o status do lote.

*                 Status disponível = o lote pode ser utilizado

*                 Status não disponível = o lote não pode ser utilizado

*                 O status é entrado como uma característica do lote em Classificação, a qual passa a ser responsável pela seleção do lote durante a determinação de lotes (característica de referência LOBM_ZUSTD).

*                 Além disso, para todos os status, é possível definir detalhes relacionados ao local em que o lote pode ser utilizado ou ao motivo pelo qual o lote não está disponível (por exemplo, motivos de bloqueio, como defeituoso ou deteriorado). É necessário gravar esses comentários como características definidas pelo usuário na classificação do lote.

6.10 DETERMINAÇÃO DE LOTES

6.10.1 Objetivo

No processo de logística, isto é, do suprimento para vendas, sempre é necessário definir lotes para as transações comerciais individuais. É possível utilizar a determinação de lotes para todos os tipos de movimento de mercadorias do depósito para procurar os lotes que atendem às especificações definidas.

6.10.2 Características

*                 Estratégias de pesquisa definidas pelo usuário: O usuário seleciona os campos-chave da transação comercial para a qual deseja pesquisar lotes. Por exemplo, o usuário seleciona a combinação de cliente e material e define os critérios para a seleção de lotes.

*                 Tipos de estratégia: Essas estratégias estão ligadas às transações comerciais individuais. Dessa forma, o usuário pode, por exemplo, efetuar a determinação de lotes dependente do tipo de movimento e/ou do centro, ao realizar um movimento de mercadorias.

*                 Esquemas de pesquisa de lote: É possível priorizar e agrupar vários tipos de estratégia em um esquema de pesquisa. Por exemplo, o usuário pode definir uma estratégia geral que é cancelada em determinadas circunstâncias por uma estratégia especial.

6.11 LISTA DE UTILIZAÇÕES DO LOTE

6.11.1 Finalidade

Este componente determina como um lote é criado e utilizado no Planejamento da produção (PP), por meio de várias etapas da produção, e exibe o resultado em uma lista.

É possível utilizá-lo para descobrir:

*       Em que outros lotes um lote foi utilizado;

*       A partir de quais outros lotes um lote foi criado.

Isso é importante em caso de reclamações e dúvidas sobre a segurança do produto, se a composição de produtos semi-acabados e acabados precisa ser documentada em todos os níveis da produção. O tipo de material não é importante.

Além dos lotes, o sistema também exibe ordens de produção, ordens de subcontratação e lotes de fornecedor. Isso permite rastrear a evolução de um lote em cada etapa da produção.

A lista é utilizada para todos os centros, mas também pode ser restringida a determinados centros.

 

6.11.2 Restrições

Não é possível utilizar a função de lista de utilizações do lote para pedidos ou ordens de produção com classificação contábil, uma vez que as entradas de mercadorias são inseridas sem definição de um número de lote.

Quando vários lotes de saída são produzidos em uma ordem de processo ou de produção, o sistema forma um total para os lotes de entrada e de saída na lista de utilizações do lote. Em relação ao número da ordem de processo ou de produção, a lista de utilizações do lote não pode estabelecer distinção entre as várias entradas/saídas (taxas).

6.12 UNIDADES DE MEDIDA ESPECÍFICAS DO LOTE

6.12.1 Objetivo

Em alguns setores industriais (por exemplo, farmacêutico, químico, siderúrgico ou de papel), a composição ou os atributos dos produtos variam bastante. Por isso, não é possível utilizar um fator de conversão fixo para converter as quantidades desses produtos em várias unidades de medida. Em vez disso, cada lote precisa receber um fator de conversão individual.

Este componente permite processar esses materiais em toda a cadeia logística.

6.12.2 Produtos farmacêuticos / químico-alimentícios etc. (Processamento de substâncias ativas)

Esses materiais contêm uma ou mais substâncias ativas, substâncias concentradas, materiais de transporte ou impurezas etc. A potência das substâncias ativas varia de um lote para outro.

A massa total das substâncias ativas e dos materiais de transporte etc. é a quantidade física ou a quantidade ponderada.

Os movimentos de mercadorias e de estoque desses materiais são efetuados em quantidades físicas. No entanto, a avaliação, o cálculo de custos, as verificações de disponibilidade e o planejamento são efetuados com base na quantidade da substância ativa.

A proporção da substância ativa (relação entre a quantidade da substância ativa e a quantidade física ou total) permanece constante para cada lote. A quantidade da substância ativa pode, portanto, ser calculada a partir da quantidade física e vice-versa. Isso significa que só é necessário definir uma unidade, pois a outra pode ser calculada de forma automática.

6.12.3 Aço/papel/madeira/produtos têxteis etc.

Esses materiais estão sujeitos a lotes. Entre outros aspectos, esses lotes indicam o nível do produto. Há uma relação fixa entre o número de unidades e o peso de cada lote; o peso unitário. A quantidade do pedido é listada em unidades, mas faturada em quilogramas.

6.12.4 Integração

O componente trabalha com Unidades de medida específicas do lote.

Em geral, para a conversão de quantidades totais em quantidades específicas do lote, como quantidades de proporção ou quantidades do produto:

*       O fator de conversão planejado é gravado como uma característica no registro mestre de material

*       O fator de conversão real é gravado no registro mestre de material.

Antes de conhecer o fator de conversão real ou do lote, o sistema utiliza o fator de conversão planejado, do registro mestre de material, para calcular as quantidades específicas do lote.

Quando o fator de conversão real ou do lote é conhecido, o sistema utiliza o fator de conversão real, do registro mestre de material, para calcular as quantidades específicas do lote.

O intervalo planejado para o fator de conversão é gravado no registro mestre de material. Na entrada de mercadorias ou na criação de um novo lote, o sistema verifica se o fator de conversão entrado está contido no intervalo planejado do material.

6.12.4 Características

O componente permite utilizar tanto quantidades específicas do lote como quantidades físicas para as seguintes funções:

*       Entrada de pedidos

*       Entrada de ordens de cliente e fornecimentos

*       Determinação de lotes

*       Ordens de produção

*       Listas técnicas/listas de materiais

*       Reservas

*       Movimentos de mercadorias e inventário físico, com conversão dinâmica nos movimentos de mercadorias;

Na entrada de mercadorias, é possível entrar a quantidade total em quilogramas ou apenas a quantidade da substância ativa.

*       Avaliação do estoque de lotes

*       Faturamento e determinação do preço

Na determinação do preço, o usuário inclui, por exemplo, apenas uma proporção específica da substância ativa do produto. Isso significa que é possível incluir diferentes proporções de substância ativa na determinação do preço.

6.13 Verificação e cálculo da data do vencimento

6.13.1 Utilização

Em geral, os lotes de materiais que não podem ser mais utilizados ou vendidos, após determinado período de tempo, recebem uma data de vencimento (DtaVenc.). Esta função calcula a data de vencimento (DtaVenc.) a partir do prazo de validade e da data de produção, nos seguintes procedimentos:

*       Entrada de mercadorias (EM)

*       Movimento de mercadorias automático

6.13.2 Características

*                 Cálculo automático e verificação da data de vencimento (DtaVenc.) de um lote. Se o prazo de validade estiver definido no registro mestre de materiais, o sistema calcula a data do vencimento (DtaVenc.) da seguinte maneira: DtaVenc. = prazo de validade + data de produção do documento de entrada de mercadorias.

Se um prazo de validade não estiver definido, o usuário deve entrar manualmente a data de vencimento (DtaVenc.) no documento de entrada de mercadorias.

*                 Arredondamento da DtaVenc. que foi calculada automaticamente. Utilizar o código de arredondamento no registro mestre de materiais para indicar se e de que maneira o sistema arredonda a DtaVenc. calculada automaticamente. O usuário pode decidir:

*       Não arredondar a DtaVenc.

*       Arredondar para o primeiro dia do período de tempo indicado

*       Arredondar para o último dia do período de tempo indicado

 

As datas de vencimento (DtaVenc.) definidas manualmente não são arredondadas.

·                    Verificação do tempo restante de validade, para lotes que foram processados externamente, por exemplo.

Se o tempo restante de validade mínimo estiver definido no registro mestre de materiais, o sistema calcula o tempo restante de validade a partir da data da entrada de mercadorias até a DtaVenc. O tempo restante de validade deve ser superior ao tempo restante de validade mínimo para que o lote seja aceito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

         Durante as diversas etapas desta pesquisa, percebemos que foi captada várias nuances, na elaboração deste trabalho, não somente na produção em lote, como também em todo o contexto que envolve os processos manufatureiro, desde a busca por informação, a discussão, a diagramação e a digitação. Fomos descobrindo que existem inúmeros fatores e fases a serem processados para chegarmos ao produto final.

            Ficou evidenciado que, uma organização produtiva necessita de um planejamento e controle sistêmico constante em sua cadeia manufatureira, utilizando-se de meios adequados ao que se pretende produzir. Para garantir qualidade, baixo custo e apta a competir no mercado consumidor em condições de igualdade, é necessário que se busque o suporte da tecnologia da informação, como ferramenta de otimização e mensuração no contexto programático das suas atividades produtivas.

            Este trabalho foi um desafio ímpar para o grupo, ousamos mesmo sem ter nenhum conhecimento operacional, sobre qualquer processo produtivo e com limitações no que se refere a qualquer software de Gestão Empresarial. Fomos além ao fazer uma odisseia tecnológica, no Ciclo de Vida do produto utilizando o SAP/R3 na administração de lotes.

            Somos altamente conscientes que, a produção de um bem (produto) não está apenas direcionada a organizações de grande porte, vimos que num país de dimensões continentais, com etnias, credos e culturas diferentes, consequentemente surgem consumidores com demandas variadas e, independentemente do porte da organização, todas têm que buscar de forma contínua, uma qualidade, desde seus insumos (recursos e agentes), facilitando os processos diversos para obtenção de resultados (bens). Para garantir a sobrevivência de uma empresa, é imprescindível que esta, nunca deixe de adotar políticas sustentáveis visando sempre um bem comum através da renovação dos meios produtivos com responsabilidade e compromisso com a sobrevivência humana.

 REFRÊNCIAS
 
CLÍMACO, R. R. Tecnologia de grupo e manufatura celular aplicadas ao projeto de leiaute industrial para pequenas e médias empresas: simplificação do fluxo de produção de uma empresa metal mecânica. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003.
 
MIYAGI, P. E. Introdução a Simulação Discreta. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos, São Paulo, 2004.
 
MONTEVECHI, J.A.B. Apostila do curso de simulação. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, MG, 2004.
 
MONTEVECHI, J.A.B.; DUARTE, R.; NILSON, G.V. O uso da simulação para análise do layout de uma célula de manufatura. Revista Pesquisa e Desenvolvimento Engenharia de Produção, 2003.
 
MOORE H. J. & WEATHERFORD R. L. Tomada de Decisão em administração com Planilhas Eletrônicas. 6. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
 
MOREIRA, Daniel A. Administração da Produção e Operações. Editora Pioneira, São Paulo 1993.
 
NAKAYAMA, A. Y. Análise de margem de contribuição e capacidade produtiva por programação linear e simulação para apoio em tomada de decisão num sistema de manufatura. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) Pós Graduação da Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 2005.
 
OLIVEIRA, F. A. de. A gestão baseada em atividade (ABM) aplicada em ambientes celulares: uma abordagem metodológica. Dissertação (Mestrado em Eng. de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, MG, 2003.
 
PERALES, W. Classificações dos sistemas de produção. UFRN / CT / DEPT, Campus Universitário, Natal RN. 2006.
 
PEREIRA, I. C. Proposta de Sistematização da Simulação para Fabricação em Lotes. Dissertação (Mestrado em Eng. de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, MG, 2000. USP, São Carlos, SP, 2005.
 
ROSA, E. B. Racionalização da produção. Apostila do curso de Pós-Graduação Especialização em Produtividade e Qualidade – UNIFEI, 2002. RUSSOMANO, V. H. Planejamento e controle da produção. 6 ed. São Paulo: Pioneira, 2000.
SILVA, W. A. da. Otimização de parâmetros da Gestão Baseada em Atividades (ABM) aplicada em uma célula de manufatura. Dissertação (Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Engenharia de Itajubá, Itajubá, 2005.
 
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2 ed. 7 reimpressão. São Paulo: Atlas, 2007.
 
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2 ed. São Paulo: Editora Atlas S.A. 2002.
 
ZACARELLI, S. B. Programação e Controle da Produção. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1979.