sexta-feira, 27 de abril de 2012


Colegas ,
Longe de nós de querermos corrigir ninguém, mas acreditamos que em alguns momentos temos que avaliar as nossas atitudes e rever os nossos conceitos, mas existem por mais que não queiramos regras, hierarquia e limites que temos que obedecer para convivermos como cidadãos perante a sociedade, saber que existem pessoas e funções a serem respeitadas e dentro disso tudo estabelecer até que ponto pode chegar a nossa conduta ética para com o próximo. Como alunos que todos nós somos temos que criar um ambiente favorável para nosso aprendizado e de outro lado saber que qualquer atitude que tomamos em determinados lugares pode prejudicar ou melhorar os relacionamentos, saber refletir, dosar as nossas falas, brincadeiras e todos os níveis de intimidade, principalmente com os professores e superiores é importante para evoluirmos como alunos,colaboradores e seres humanos. E por falar em evolução temos que ter consciência que estamos por findar mais uma etapa de nossas vidas e de qualquer forma teve um aprendizado em todos os aspectos, não somos os mesmo que éramos no inicio e é por este motivo que devemos nos comportar como tal e mostrar o nosso nível evolutivo e nos portar de acordo com este processo de desenvolvimento, isto não significa que vamos ficar sisudos, sérios e ser frios, pois todos sabem que não é assim que as coisas funcionam e temos que aproveitar todo o tempo, que a maior parte de nós estamos juntos para nos ajudar e aproveitar esta liberdade mútua que temos, para uma constante melhoria em nossa abordagem em todos os aspectos. Então colegas vamos tentar repensar algumas atitudes que geram fatos que às vezes podem criar um momento de discórdia e de ruídos que podem ocasionar situações constrangedoras para todos e com isso estreitar os nosso laços humanos e harmônicos, pois temos que lembrar que sempre precisaremos um do outro, é a chamada interdependência que é real. Não estamos direcionando este texto ou fala a ninguém pois nada mais, nada menos é um reflexão individual e coletiva que devemos fazer, lembramos-nos de uma frase “que a melhor maneira de transformar o mundo, e começar por nós mesmos”.

Um forte abraço sincero e reflexivo a todos.

Construir diferenciais hoje significa quebrar barreiras, destruir vícios, expor suas idéias, criar novas diretrizes dentro de si, utilizando os nossos próprios esforços.
(Rubens Fava com adaptação)

GORVERNANCA CORPORATIVA E SUA TRAJETÓRIA

O surgimento da governança corporativa na década de 80 e 90, com o principal objetivo de criar padrões onde servia de monitoriamente tanto interno quanto externo para que assim evitasse abusos das empresas para com os seus investidores.

Na verdade, a governança corporativa surgiu para criar sistemas de representações institucionais, processos e corpos sociais para que ele mesmo administrasse de maneira econômica e social. Seu principal objetivo é recuperar e garantir a confiabilidade em uma determinada empresa, tendo em vista representantes legítimos homens e mulheres, sendo tratado com igualdade tanto em sua estrutura legal e justa independente do seu poder político, financeiro, classe social e sua profissão.

A boa governança deve assegurar igualdade de todos os grupos perante os objetivos da sociedade e contribuir para um desenvolvimento econômico sustentável.

Devido às transformações ocorridas na economia brasileira ao longo da década de 90, fundamentalmente à abertura comercial, à liberalização dos mercados financeiros e de capitais, o retorno de fluxos de capital estrangeiro para o país, assim como o processo de privatização de grandes companhias estatais, foram criadas pressões para que se fosse repensada a estrutura de governança das empresas brasileiras.

Todos esses estudos empíricos contribuem para atestar a importância e o valor das boas práticas de governança corporativa no cotidiano das empresas. Contudo, as leis do país e seu efetivo cumprimento também têm grande importância na proteção dos direitos dos investidores e desenvolvimento do mercado de capitais do país.






2 DEFINIÇÃO


Governança Corporativa vem da expressão inglesa corporate governance, que significa governar, dirigir ou guiar.

 De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, determinando assim a governança, é definida como conjunto de relação entre a administração, seus acionistas e dentre outras partes interessadas.

A Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e controladas através da adoção de um conjunto de regras, procedimentos, práticas e relacionamentos entre acionistas e cotistas, conselho de administração, auditoria independente: interna ou externa, conselho fiscal e terceiros (stakehouders), visando uma maior eficiência administrativa e a otimização do desempenho das atividades operacionais das sociedades.

Trata-se de uma área econômica que visa investigar de uma forma que garanta ainda assim uma gestão eficiente na empresa.

A especialização da estrutura da Governança Corporativa é distribuir os direitos e responsabilidades ao longo dos diferentes participantes na empresa. E dita a regra e os procedimentos para a tomada de decisões nas questões empresariais, fornecendo também estrutura através da qual a empresa estabelece seus objetivos e formas de atingi-lo e monitorar seu desempenho.

Evidencia que para se tiver um bom sistema de Governança Corporativa é necessário criar um mecanismo eficiente para assegurar que o comportamento dos gestores estejam perfeitamente alinhados com interesses dos acionistas.

Segundo as boas práticas de governança corporativa, o Conselho de Administração ocupa uma posição de estabelecer uma estratégia, elegendo uma comissão executiva, fiscalizando e avaliando o desempenho da gestão, escolhendo uma auditoria independente: interna e/ou externa. Através destas praticas passa a evitar grande parte dos problemas e fracassos nas empresas, tendo relação na maioria das vezes ao abuso de poder, erros estratégicos ou fraudes relacionadas com a falta de eficácia dos conselhos de administração.

3 CONTRIBUIÇOES DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES

Segundo as Boas Práticas de Governança Corporativa a gestão está relacionada ao sucesso de uma organização, e esta por sua vez tem uma relação com seus acionistas e demais partes interessadas, sendo eles seus clientes, funcionários, fornecedores, comunidade, dentre outros, como elementos fundamentais para geração de valor.

A sua essência se baseia em um mecanismo para solucionar conflito de agência, que são decorrentes da assimetria informacional e conflito de interesses entre as partes envolvidas.

A importância da Governança Corporativa não se concentra apenas em disciplinar as relações entre as diversas áreas de uma organização ou com partes externas. A implementação das boas práticas de Governança, possibilitando, dentre outras coisas, uma gestão mais profissionalizada e com transparência, visando diminuir a assimetria informal, diminuindo o problema de agência, estabelecendo formas de convergir os interesses de todas as partes relacionadas, buscando assim uma maximização da criação de valores na empresa.

4 INFLUÊNCIA COMPORTAMENTAL NAS ORGANIZAÇÕES

Segundo o conceito de Governança Corporativa, toda empresa deve possuir um código de ética no qual é elaborado pela diretoria e aprovado pelo conselho de administração, que comprometa a sua administração e os funcionários. Devendo ser formal e amplamente divulgado, abrangendo funcionários, fornecedores e associados.

É necessário cobrir assuntos como propinas, conflitos de interesses, informações privilegiadas, segurança no trabalho, atividades políticas, dentre outras.

A boa Governança Corporativa contribui para um desenvolvimento econômico sustentável, proporcionando melhorias no desempenho das empresas, além de maior acesso a fontes externas de capital. Por estes motivos, torna-se tão importante ter conselheiros qualificados e sistemas de Governança Corporativa de qualidade, evitando-se assim diversos fracassos empresariais decorrentes de:

·                     Abusos de poder – Do acionista controlador sobre minoritários, da diretoria sobre o acionista e dos administradores sobre terceiros;
·                     Erros estratégicos – Resultado de muito poder concentrado no executivo principal;
·                     Fraudes – Uso de informação privilegiada em benefício próprio, atuação em conflito de interesses.

5 A GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL

O movimento Governança Corporativa iniciou nos meados da década dos anos 80 Nos E.U.A, quando os grandes investidores institucionais passaram a observar e se mobilizar contra algumas corporações que administravam de maneira irregular, com relação aos acionistas. A partir disso, esse movimento passou a se expandir pelo mundo, chegando à Inglaterra e depois se estendendo pelo resto da Europa.

No Brasil esse movimento é mais recente. Começou no ano de 1999, com a criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e do primeiro código brasileiro das melhores práticas de Governança Corporativa e vem crescendo significativamente. A reforma da Lei das Sociedades Anônimas em 2001, foi quando promoveu um considerável avanço nos padrões de governança na legislação brasileira.

O IBGC foi criado no Brasil com o intuito de tratar das questões sobre Governança Corporativa, atuando na forma de fórum para debates, pesquisas, divulgação e capacitação. Em 1999 o IBGC elaborou o primeiro código sobre Governança Corporativa, como resposta à necessidade de adoção das boas práticas de Governança. O código abrangia informações sobre os conselhos de administração e sua conduta esperada

De acordo com Andrade, Rossette, “Como em qualquer país, a Governança Corporativa no Brasil é influenciada por um amplo conjunto de forças externas e internas, que interferem nos valores, nos princípios e nos modelos praticados”.

Essas forças ligadas às condições macroambientais do país e de seu sistema corporativo no âmbito externo e interno, causam fortes impactos, como os que ocorreram no ambiente corporativo do Brasil, com as grandes mudanças que se iniciaram nos anos 80 e se aprofundaram na década de 90 (ANDRADE; ROSSETTI, 2004, p 350).

Por mais que os debates sobre Governança e a pressão pelo crescimento para adoção das boas práticas de Governança Corporativa tenham se aprofundado, o Brasil ainda concentra o controle acionário e a baixa participação dos conselhos de administração. Isso demonstra que ainda é necessário ampliar o campo de incentivo ao conhecimento, ações, divulgação e importância das boas práticas de Governança.

6 desdobramento DAS PRATICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA

Verifica-se que as boas práticas de Governança Corporativa têm as seguintes finalidades: aumentar o valor da sociedade, melhorar o seu desempenho, facilitar o seu acesso ao capital a custos mais baixos e contribuir para sua perenidade, Código Brasileiro da Melhores Práticas de Governança Corporativa.

É em meio a este cenário que teve origem novo processo de revisão do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC cujo resultado culminou com o lançamento de sua quarta versão, ocorrido no mês de setembro de 2009, depois de quase dois anos de intenso trabalho de uma equipe formada por especialistas de diferentes segmentos de atuação.

Conforme apontou a então conselheira de administração do IBGC, Eliane Lustosa, durante o evento de lançamento, “o ambiente institucional brasileiro evoluiu muito desde a última revisão (2004) e o Código precisava, além de acompanhar essas mudanças, dar um passo à frente em relação ao que já é obrigatório para as organizações nacionais”.

Balizado pelas novas demandas e realidade do mercado, o Código incorporou os debates e as adaptações dividindo-os em três principais tipos de modificações: Inovação, Detalhamento e Revisão/Enxugamento.

Em Inovação foram acrescidas questões que se tornaram mais relevantes nos últimos cinco anos, como voto por procuração e poison pills[1]; enquanto em Detalhamento os temas mais importantes e/ou complexos, como eficácia dos conselhos de administração, transparência de atas e acesso às assembleias. A outra modalidade de alteração ficou por conta do amadurecimento do mercado, o qual viabilizou a revisão e/ou a supressão de conceitos incorporados nas edições anteriores.

Em sua primeira versão, datada de 1999, o Código centrou-se principalmente no funcionamento, composição e atribuições do conselho de administração, refletindo claramente a tendência dominante na época. Dois anos depois, a segunda versão incluiu recomendações para os demais agentes da Governança: conselho de administração, conselho fiscal, gestores, auditoria independente, além de abordar o princípio da prestação de contas (accountability). Já a terceira versão, de março de 2004, destacou-se por centrar nas questões ‘pós-Eron2 e na inclusão do princípio de responsabilidade corporativa. A intenção era atentar para a perenidade das organizações, contribuindo com valores e orientações de estratégia empresarial.
A evolução do conteúdo do Código reflete as constantes discussões e o aprofundamento dos temas ligados à Governança Corporativa, motivo que faz deste documento referência nacional em conduta de gestão empresarial, e referência nas escolas de negócios.

7 PRINCÍPIOS BÁSICOS

A boa Governança Corporativa assegura aos sócios: equidade, transparência, prestação de contas (accountability) e responsabilidade corporativa.

Através destas práticas o IBGC tem como missão cooperar com o aprimoramento do padrão de governo das empresas nacionais, para seu sucesso e perpetuação.

7.1 Equidade

De acordo com Tomás de Aquino: “A equidade está ordenada para fazer triunfar a razão de ser da justiça e o bem comum, objeto próprio da justiça legal” (1946: 233).
Em termos de Governança Corporativa, pode-se dizer que o envolvimento entre os líderes da empresa, os integrantes do Conselho, os diretores, os auditores, membros do Conselho Fiscal e as diferentes classes de proprietários deve ser caracterizado pelo tratamento justo e equânime3. Não se aceitam atitudes ou políticas discriminatórias.

7.2 Transparência

Transparente é aquilo que se deixa atravessar pela luz, é diáfano, translúcido, evidente, claro, dizem os dicionários.

O Código das Melhores Práticas do IBGC exige que o executivo principal (CEO) e a diretoria satisfaçam às diferentes necessidades de informação dos proprietários, do conselho de administração, da auditoria independente, do conselho fiscal, das partes interessadas (stakeholders) e do público em geral de modo transparente, sem ocultar nada que seja relevante para o bom andamento dos negócios.

A 4ª edição do referido Código, editado em 2009, pretende basear este princípio em um clima de confiança, não somente entre o público interno das empresas , como também, em suas relações com terceiros.

7.3 Prestação de contas (accountability)

O relatório anual é a mais importante e mais abrangente informação da companhia, e por isso mesmo não deve se limitar às informações exigidas por lei. Envolve todos os aspectos da atividade empresarial em um exercício completo, comparativamente a exercícios anteriores, ressalvados os assuntos de justificada confidencialidade, e destina-se a um público diversificado.

Os agentes de governança (sócios, administradores, conselheiros de administração e executivos/ gestores), conselheiros fiscais e auditores devem prestar contas de sua administração. E mais, esse dever se complementa com a demonstração de sua responsabilidade ao assumir as consequências de seus atos e omissões.

7.4 Responsabilidade Corporativa

A responsabilidade é uma virtude que faz com que a pessoa assuma as consequências pelos seus atos, sejam eles intencionais, resultantes, portanto, das decisões tomadas ou aceitas; ou não intencionais. (Isaacs, 2000: 133).

Assumir as consequências significa preocupar-se com a projeção desses atos em relação aos demais, isto é, se podem beneficiar ou prejudicar as pessoas.

Em se tratando de empresas ou outras instituições, a responsabilidade pelos resultados, deve ser mais abrangente do que, simplesmente gerar lucros. Significa preocupar-se com a repercussão dos atos de cada um, em relação à própria empresa e aos stakeholders.

A 4ª edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa incluiu como responsabilidade das empresas, a sustentabilidade, de modo que as estimula
a incorporarem considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.

8 O MERCADO FINANCEIRO E A GOVERNANÇA

Para a Bovespa (2006), governança corporativa é um esforço para alinhar os objetivos dos administradores com os interesses dos acionistas. Diante disso, a entidade implantou, em dezembro de 2000, níveis diferenciados de governança corporativa que foram desenvolvidos para proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse simultaneamente o interesse dos investidores e a valorização das companhias.

As companhias listadas nesses segmentos se comprometem a realizar melhorias nas práticas de governança corporativa, ampliando os direitos dos acionistas minoritários e se aumentando a transparência das informações divulgadas ao mercado.

Esses níveis de listagem foram desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, simultaneamente, o interesse dos investidores e a valorização das companhias.

Dentre as vantagens que a adoção de boas práticas de Governança compete às empresas, a premissa básica é que uma vez adotadas pelas companhias, essas conferem maior credibilidade ao mercado acionário, como se fossem um certificado de qualidade, que como consequência aumentam a confiança e a disposição dos investidores em adquirirem suas ações a um preço melhor.

O objetivo com a criação dos níveis de Governança Corporativa pela BM&F/BOVESPA é destacar as empresas que apresentam maior transparência, comprometimento e melhores práticas de Governança Corporativa proporcionando maior credibilidade perante o mercado e acionistas
A adesão a esses níveis diferenciados de Governança Corporativa se dá de forma voluntária, porém, é necessária a adesão a um contrato que envolve os controladores, administradores e a bolsa de valores

Ao aderirem a esse contrato as empresas assumem também regras e obrigações contratuais que exigem a adoção de práticas corporativas superiores, fazendo com que, os Níveis 1 e 2 e o Novo Mercado funcionem como um selo de qualidade aumentando sua transparência, facilitando o acompanhamento de seus resultados e valorizando suas ações perante o mercado.

Para contribuir com a introdução das práticas de Governança a BM&F/BOVESPA criou segmentos especiais para listar as empresas que apresentassem diferentes padrões de Governança, dessa forma passaram a existir três diferentes segmentos:

8.1 Nível 1

As companhias listadas no Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária.

Além disso, as empresas listadas nesse segmento oferecem aos seus investidores acionistas melhores práticas de Governança Corporativa, maior transparência e acessibilidade a informações das companhias, com maior qualidade, proporcionando um acompanhamento eficaz, conferindo maior credibilidade e aumento da confiança ao mercado acionário, fazendo com que os investidores sintam-se mais atraídos pelas ações e se disponham a pagar mais por elas.

Podemos observar abaixo as obrigações adicionais à legislação das companhias abertas listadas no Nível 1:
1.    Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais (ITRs) que obrigatoriamente deverão ser repassadas CVM e à BM&F/BOVESPA;
2.    Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) que obrigatoriamente deverão ser repassadas à CVM e à BM&F/BOVESPA;
3.    Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BM&F/BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém informações corporativas;
4.    Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano.
5.    Apresentação de um calendário anual, no qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como assembleias, divulgação de resultados etc.
6.    Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas.
7.    Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores.
8.    Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da companhia.
9.    Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital.

8.2 Nível 2

As companhias listadas no Nível 2 se comprometem a cumprir as regras aplicáveis ao Nível 1 e, adicionalmente, um conjunto mais amplo de práticas de Governança relativas aos direitos societários dos acionistas minoritários.
As empresas que estão no segmento do Nível 2 têm por obrigação práticas relativas aos direitos dos acionistas e conselho de administração.
Podemos observar abaixo as obrigações adicionais à legislação das companhias abertas listadas no Nível 2:

1.            Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com os padrões internacionais IFRS (normas internacionais de contabilidade - em inglês: International Financial Reporting Standard) ou US GAAP (Generally Accepted Accounting Principles in the United States.ou seja, Princípios contábeis geralmente aceitos nos Estados Unidos ou seja, Legislação contábil americana).
2.            Conselho de administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 (dois) anos, permita a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes.
3.            Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como, transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia e aprovação de contratos entre as companhias e empresas do mesmo grupo sempre que, por força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembleia geral.
4.            Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) deste valor para os detentores de ações preferenciais (tag along).
5.            Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações e circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação neste nível.
6.            Adesão à Câmera de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários

8.3 Novo Mercado

O Novo Mercado é um segmento diferenciado dos segmentos de Governança Corporativa, isso porque ele se destina a negociação de ações de empresas que se comprometem voluntariamente a praticar Governança Corporativa de forma adicional em relação ao que é exigido pela regulamentação brasileira.

Seu objetivo é oferecer um ambiente diferenciado, com maior transparência, confiabilidade e segurança das informações aos seus investidores e ter como retorno redução de custos de captação de recursos.

O Novo Mercado surgiu com o objetivo de criar um mercado com regras de listagens diferenciados, partindo de um estudo chamado Desafios e Oportunidades para o Mercado de Capitais Brasileiro. A premissa básica do Novo Mercado é de que a valorização e a liquidez das ações são influenciadas positivamente pelo grau de segurança oferecido pelos direitos concedidos aos acionistas e pela qualidade das informações prestadas pelas companhias.
A principal inovação do Novo Mercado, em relação à legislação, é a exigência de que o capital social da companhia seja composto somente por ações ordinárias, as quais proporcionam ao titular a participação nos resultados econômicos, garantindo o direito de voto a todos os acionistas.

E para atender a essas exigências, empresas que aderem ao Novo Mercado provavelmente terão acréscimos de custos pela necessidade de preparar e disponibilizar informações adicionais, como por exemplo, demonstrações de fluxo de caixa dentre outros, mas os benefícios são compensadores para ambas as partes.
O Novo Mercado deseja oferecer maiores garantias para investidores por meio de elevados padrões de Governança Corporativa, com mais transparência, transmitindo maior credibilidade, mantendo os investidores e atraindo cada vez mais o mercado a aderir a esse nível diferenciado

De acordo com a BM&F/BOVESPA, se qualquer das companhias listadas nos níveis diferenciados deixarem de cumprir os regulamentos, a BM&F/BOVESPA enviará uma notificação estabelecendo um prazo para regularização, podendo também aplicar multas, suspender a negociação das ações e até mesmo cancelar o registro nos níveis.

O objetivo central está direcionado para uma amostragem conceitual de que o processo de gestão com base nos conceitos de Governança Corporativa traz soluções eficientes e inovadoras para as corporações, pois não se desvia dos objetivos de lucro, crescimento e desenvolvimento, assim como beneficia as entidades pois torna as ações empreendidas por este setor em ativos sociais de relevante importância para a sociedade assim como agrega valores aos ativos das corporações a exemplo do “ágio de governança” para o valor das ações que comprovam, de forma eficaz e satisfatória sua responsabilidade corporativa.

No desenvolvimento deste trabalho o foco inicial, tratado no primeiro capítulo, foi sobre uma visão global.

Setor, sua influência na sociedade civil organizada, sua preconização histórica.  O segundo capítulo tratou também da visão conceitual do que é Governança Corporativa, sua importância como ferramenta de gestão e as vantagens que podem ser alcançadas pela empresa se estes conceitos forem aplicados e desenvolvidos por seus gestores em parceria com colaboradores, investidores, fornecedores e demais interessados em se tratando da esfera de ambientação da empresa. No capítulo três conhecemos as performances das Ferramentas de Gestão oferecidas pela Governança já adaptadas ao mercado Brasileiro e suas expectativas de crescimento e expansão. O quarto e último capítulo há considerações atuais sobre os ativos financeiros e sociais que a governança corporativa trouxe para o terceiro setor no panorama financeiro do Brasil.
Este trabalho está constituído em forma de estudo do estado da questão e trouxe relatos interessantes sobre as práticas da boa governança corporativa nas empresas e os reflexos desta gestão.




[1] É um bônus de subscrição que acompanha as ações ordinárias e garante a todos os acionistas (com exceção do Adquirente) o direito de comprar ações a um preço muito inferior ao seu valor de mercado.
2 Corporation era uma companhia de energia estadunidense, localizada em Houston, Texas. A Enron empregava cerca de 21.000 pessoas, tendo sido uma das companhias líderes no mundo em distribuição de energia (eletricidade, gás natural) e comunicações. Seu faturamento atingia $101 bilhões de dólares em 2000, pouco antes do escândalo financeiro que ocasionou sua falência.

APLICAÇÕES E REFLEXOS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA

Neste trabalho, relata-se que a governança coorporativa é o conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada. É analisado o significado, a contribuição, influência comportamental entre outros. No Brasil, havendo a figura do controlador, não existe a questão de como esse se protege dos administradores profissionais. O administrador é também o controlador, ou alguém indicado por ele. Existe a questão de defender os minoritários contra eventuais abusos do controlador, o que é uma preocupação importante, mas não é a questão básica da Governança. A questão básica da Governança Corporativa no Brasil é a preocupação com a melhoria da gestão. É como formar um bom Conselho, e como utilizá-lo em cooperação com o principal executivo, no sentido de obter uma gestão mais eficiente possível.
As instituições governamentais e a forma com que elas procedem são desenhadas para servir os membros da sociedade como um todo e não apenas pessoas privilegiadas. Os processos das instituições governamentais são construídos no sentido de responder às demandas dos cidadãos dentro de um período de tempo razoável.


3 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL
No Brasil, os conselheiros profissionais e independentes surgiram em resposta ao movimento pelas boas práticas de Governança Corporativa e a necessidade das empresas se modernizarem sua alta gestão, visando tornarem-se mais atraentes para o mercado. Todos esses fenômenos foram acelerados pelos processos de globalização e privatização, o qual tornou o ambiente corporativo mais competitivo.

A abertura e consequentemente as modificações na estrutura societária das empresas também ocorreu no mercado financeiro. Houve um aumento considerável nos investimentos de estrangeiros no mercado de capitais, o que reforçou a necessidade das empresas se adaptarem às exigências e padrões internacionais.

Com todos essas mudanças, os investidores passaram a assumir uma postura mais ativa, passando a comparecer em assembléias, a exercer os direitos de voto de suas ações e a fiscalizar.  Assim criaram a necessidade de adoção das boas praticas de Governança e no ano de 1999, foi criado o primeiro código sobre governança corporativa. Em 2001, foi reformulada a Lei das Sociedades Anônimas e  em 2002 a Comissão de Valores Mobiliários (CMV), lançou uma cartilha sobre o tema Governança.

4 OBJETIVOS E CARACTERÍSTICAS

4.1 OBJETIVOS
Em sua essência, a Governança Corporativa tem como principal objetivo recuperar e garantir a confiabilidade em uma determinada empresa para os seus acionistas. Criando um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas.
Entrando mais uma vez no debate sobre os temas de Governança Corporativa, podemos estabelecer como objetivos:
(1) Produzir resultados consistentes;
(2) Introduzir ao negócio fundamentos de perpetuidade;
(3) Construir e sustentar harmonia e sincronia entre operações e colaboradores;
(4) Estabelecer a necessária transparência de operações, negociações e resultados perante os Stakeholders;
(5) Valorizar os ativos da empresa e do negócio pela demonstração da excelência da administração.
4.2 CARACTERISTICAS

As oito principais características da "boa governança" são: Participação, Estado de direito, Transparência, Responsabilidade, Orientação por consenso, Igualdade e inclusividade, Efetividade e eficiência, Prestação de contas (accountability):

4.2.1 Participação


Significa que homens e mulheres devem atuar igualmente nas atividades de governo contemplando a possibilidade de participação direta ou indireta através de instituições ou representantes legítimos.

Participação implica na existência de liberdade de expressão e liberdade de associação de um lado e uma sociedade civil organizada de outro lado.

O princípio, apesar de parecer utópico, é perfeitamente possível desde que existam leis claras e específicas que garantam os termos propostos e existam iniciativas do Estado visando à sustentação dos termos.

4.2.2 Estado de Direito

A boa governança requer uma estrutura legal justa que se aplica a todos os cidadãos do Estado independentemente de sua riqueza financeira, de seu poder político, de sua classe social, de sua profissão, de sua raça e de seu sexo; e deve garantir total proteção dos direitos humanos, pertençam as pessoas a maiorias ou a minorias sociais, sexuais, religiosas ou étnicas; deve também garantir que o poder judiciário seja independente do poder executivo e do poder legislativo e por fim, deve garantir que as forças policiais sejam imparciais e incorruptíveis.

4.2.3 Transparência

Mais do que "a obrigação de informar", a administração deve cultivar o "desejo de informar", sabendo que da boa comunicação interna e externa, particularmente quando espontânea, franca e rápida, resultam um clima de confiança, tanto internamente, quanto nas relações da empresa com terceiros. A comunicação não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, mas deve contemplar também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação empresarial e que conduzem à criação de valor. No Brasil existe a Lei de Responsabilidade Fiscal, que induz o gestor público à transparência de seus atos. Essa transparência pode ser melhorada significativamente, com instrumentos como a Demonstração do Resultado Econômico, com o contracheque econômico e o balanço social.

4.2.4 Responsabilidade

As instituições governamentais e a forma com que elas procedem são desenhadas para servir os membros da sociedade como um todo e não apenas pessoas privilegiadas.

Os processos das instituições governamentais são desenhados para responder às demandas dos cidadãos dentro de um período de tempo razoável.

4.2.5 Decisões orientadas para um Consenso

As decisões são tomadas levando-se em conta que os diferentes grupos da sociedade necessitam mediar seus diferentes interesses. O objetivo da boa governança na busca de consenso nas relações sociais deve ser a obtenção de uma concordância sobre qual é o melhor caminho para a sociedade como um todo. Além disso, as decisões também devem ser tomadas levando em conta a forma como tal caminho pode ser trilhado.

Essa forma de obter decisões requer uma perspectiva de longo prazo para que ocorra um desenvolvimento humano sustentável. Essa perspectiva também é necessária para conseguir atingir os objetivos desse desenvolvimento.

4.2.6 Igualdade e inclusividade

A boa governança deve assegurar igualdade de todos os grupos perante os objetivos da sociedade. O caminho proposto pelo governante deve buscar promover o desenvolvimento econômico de todos os grupos sociais.

As decisões devem assegurar que todos os membros da sociedade sintam que façam parte dela e não se sintam excluídos em seu caminho para o futuro.

Esta abordagem requer que todos os grupos, especialmente os mais vulneráveis, tenham oportunidade de manter e melhorar seu bem estar.

4.2.7 Efetividade e eficiência

A boa governança deve garantir que os processos e instituições governamentais devem produzir resultados que vão ao encontro das necessidades da sociedade ao mesmo tempo em que fazem o melhor uso possível dos recursos à sua disposição. Isso também implica que os recursos naturais sejam usados sustentavelmente e que o ambiente seja protegido.

4.2.8 Suporte à auditoria fiscalizadora

As instituições governamentais, as instituições do setor privado e as organizações da sociedade civil deveriam ser fiscalizáveis pelas pessoas da sociedade e por seus apoiadores institucionais. De forma geral, elas devem ser fiscalizáveis por todas aquelas pessoas que serão afetadas por suas decisões, atos e atividades.

5 AÇÕES E BENEFÍCIOS NA GESTÃO CORPORATIVA

A boa Governança Corporativa contribui para um desenvolvimento econômico  sustentável, proporcionando melhorias no desempenho das empresas, além de maior acesso a fontes externas de capital. Por estes motivos, torna-se tão importante ter conselheiros qualificados e sistemas de Governança Corporativa de Qualidade. Evitando-se assim diversos fracassos empresariais decorrentes de:
Abusos de poder – Do acionista controlador sobre minoritários, da diretoria sobre o acionista e dos administradores sobre terceiros;
Erros estratégicos – Resultado de muito poder concentrado no executivo principal;
Fraudes – Uso de informação privilegiada em benefício próprio, atuação em conflito de interesses.
Desta forma, se tornou notável que, nos últimos anos, a adoção das melhores práticas de Governança Corporativa tem se expandido tanto nos mercados desenvolvidos quanto em desenvolvimento, disseminando as práticas e atraindo investimentos aos negócios e aos países.
A governança corporativa das companhias tem sido objeto de vários estudos nacionais e internacionais e é amplamente reconhecida como um fator essencial para o acesso das empresas ao mercado de capitais. 
Ao procurar definir princípios que visam compor os diversos interesses afetados pelas leis, regras e regulamentos internos que regem o governo das companhias, sua conceituação apresenta grande abrangência, podendo incluir apenas os interesses dos acionistas da sociedade ou, de maneira mais ampla, outros interesses que não exclusivamente o interesse dos acionistas, mas também dos empregados, consumidores, membros da comunidade em que a companhia está inserida e outros.
O estudo da governança corporativa vai tratar do conjunto de instrumentos de natureza pública e privada, que incluem leis, normativos expedidos por órgãos reguladores, regulamentos internos das companhias e práticas comerciais que organizam e comandam a relação, numa economia de mercado, entre os controladores e administradores de uma empresa, de um lado, e aqueles que nela investem recursos através da compra de valores mobiliários por ela emitidos como, entre outros, os acionistas minoritários e debenturistas.
Segundo o Professor Arnold Wald, a governança corporativa “significa o estabelecimento do Estado de Direito na sociedade anônima”, pois assegura a prevalência do interesse social sobre os eventuais interesses particulares dos acionistas, sejam eles controladores, sejam representantes da maioria ou minoria. 
Através da governança corporativa cria-se a “democracia societária”, sistema de equilíbrio e separação de poderes, em oposição ao regime anterior de onipotência e poder absoluto e discricionário do controlador ou grupo de controle.
A importância que os controladores e administradores devem dar a esse tipo de enfoque do tema pode ser medida pela seguinte observação de Rappaport (1998, p.1): “avaliar a empresa com o intuito de gerenciá-la com base na evolução do seu valor é preocupação atual de praticamente todos os principais executivos, fazendo com que nos próximos anos a criação de valor para o acionista provavelmente se torne o padrão global para mensuração do desempenho do negócio”.

6 IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA E SUA AMPLITUDE

A governança corporativa é um dos temas de mais recente desenvolvimento no campo da alta gestão. É uma área de conhecimento de amplo interesse e que envolve um leque aberto de questões. Desde as relacionadas a aspectos legais, como os direitos societário e sucessório, até questões financeiras, como a geração de valor, a criação de riqueza e a maximização do retorno dos investimentos.

Passam ainda por questões estratégicas, como a definição dos propósitos empresariais e das diretrizes corporativas para os negócios e as operações. E alcançam também os sistemas que regem as relações entre os acionistas, os conselhos de administração e a direção executiva das empresas.

Por este conjunto de interesses envolvidos, a governança corporativa certamente não é um modismo a mais. Seu desenvolvimento tem raízes firmes. E sua adoção tem razões substantivas para se disseminar. Organizações multilaterais, como as Nações Unidas e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), veem as boas práticas de governança como pilares da arquitetura econômica global e um dos sistemas do desenvolvimento sustentável em suas três dimensões – a econômica, a ambiental e a social.


7 GESTÃO FAMILIAR E CORPORATIVA (DIFERENÇAS)

Existe uma diferença fundamental entre a governança familiar e a corporativa. Quando uma instituição realiza a administração de seus negócios, com direcionamento estratégico, tem um efetivo posicionamento de governança corporativa.
“Aqueles que gerem exclusivamente as empresas, executivos profissionais ou membros da família, e possuem como único propósito obter resultados econômicos e financeiros positivos, com sustentabilidade, preservando o patrimônio ao longo prazo. Não se trata de meta, sim de obrigação”, ressalta Carlos Alberto Gramani, consultor em governança familiar e/ ou family office.
O especialista ainda esclarece o que é uma gestão familiar: “a gestão da família tem como compromisso: o conforto e a harmonia. O patrimônio deve servir a um bem imaterial e intangível que é o conforto familiar, respeitando as individualidades de seus membros”.
No mundo moderno a governança familiar e a governança corporativa estão profundamente integradas - uma vez que a separação do que é patrimônio familiar e o que é patrimônio corporativo tendem a se identificar nos sócios, detentores do capital.
Os princípios adotados e explicitados na última edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa se baseiam na transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Estes valores são pilares de ambos os processos. O direito à propriedade é de se fazer representar, o que contribui a essência do conceito da empresa familiar, em que cada um dos membros da família detém, ou virá a deter, parcela significativa ou não, da sociedade.
Para se exercer o direito a propriedade, com as suas obrigações e as suas responsabilidades, é essencialmente um processo de aprendizado individual e coletivo. Portanto, os membros oriundos da família, gestores ou não, precisam ser adequadamente preparados para esta missão; precisam ser transformados de acionistas em administradores e precisam ser, antes de tudo, elevados à condição de responsáveis pela boa conduta no processo gerencial, considerando nesse aspecto, a sua capacidade e sua formação.
Para que este treinamento seja funcional e deixe de ser teórico, é essencial que os acionistas tenham definido a missão da empresa, os seus valores e sua ética na condução dos negócios que, além de refletir as necessidades da empresa, também incorporem as bases que sustentam a família.
Podemos e devemos afirmar que é somente quando houver uma única percepção desta missão e destes valores que a gestão da empresa e da família se completam, permitindo, assim, a implantação do Conselho de Administração e de um Conselho de Família. É a combinação destes mecanismos que asseguram a perfeita integração entre a administração e a propriedade e entre o patrimônio e a gestão.
Para se atingir este objetivo, é necessário que os acionistas incorporem nas suas atividades uma visão de futuro, primordial na essência da gestão moderna. É necessário que os mesmos saibam separar - não abdicar - de sua individualidade, valorizando os aspectos comuns à sociedade e ao patrimônio comum.
Cabem, aos promotores da boa governança, compreender que as empresas familiares não devem e não podem deixar de lado a essência familiar da sociedade, mas cabe às empresas familiares que buscam sua profissionalização usar as boas práticas de governança corporativa, incorporar os princípios e viver a gestão de seu patrimônio de acordo.
A propriedade exige acima de tudo sócios preparados e estes são as soluções da continuidade que a empresa familiar busca para perpetuar a sua existência. Sócios preparados são os melhores Conselheiros de seu próprio Patrimônio.


As finalidades da Governança Corporativa são: aumentar o valor da sociedade, melhorar seu desempenho, facilitar seu acesso ao capital a custos mais baixos, contribuir para perenidade.
Assim conclui-se que o mercado está se tornando cada vez mais exigente e competitivo, e com isso as empresas têm de buscar o seu melhor para que permaneça ou consiga estar à frente das suas concorrentes.
As empresas de Capital aberto ou fechado que usam normas de Governança Corporativa estão se destacando com qualidade, menos custos, confiabilidade, responsabilidade social, transparência e inúmeros outros requisitos para que a organização mantenha-se forte no segmento que ela atua, buscando ser mais atrativa frente aos investidores e captando mais recursos e investimentos, maximizando e agregando valor para a organização. O instrumento independente de fiscalização que garante tudo isso se chama Auditoria.