domingo, 30 de outubro de 2011

O Nível da Interação

O ser humano não vive em circulo fechada, esta relação com outro é que se constrói o ego, pois o caráter é assim a consolidação da identidade pessoal. De acordo Laing (1971:99) ele descrevi que “Toda identidade requer a existência de outro: de algum outro em uma relação graças à qual se atualiza a identidade de si próprio.”
O outro como já foi descrito é o ao mesmo tempo um modelo, um objeto, uma sustentação ou um adversário. O modelo quando adquiri um objeto de identificação, um objeto, quando de investimento do tipo busca do prazer (libidinal) transforma-se em objeto de amor ou ódio, um sustentação ou adversário, permitindo a construção de ligações de solidariedade ou de ódio. Com definição de Eriquez (1983:57) “O outro não existe enquanto existe apenas para nós, o que significa que uma forma de relacionamento, identificação, amor, solidariedade, hostilidade é indispensável para construir o que quer que seja com o outro.” Com relação a este universo, com o outro que fundamenta os segundo nível da analise: O da Interação.
            Concentra-se em três categoria as interações com o outro, inicialmente podem consistir em face a face em um pequeno número de pessoas, esta relação sel-outro, que constitui a relação social básica, é objeto de varias disciplinas como a psicologia social de (Harré, 1979; Fischer, 1987), da microssociologia de (Goffman, 1973; 1974b, 1988) e da etnometodologia (Garfinkel, 1967), elas podem remontar a relação que um individuo pode manter com a multidão, é a relação ego-massa, que deu nascimento à sociologia do mesmo nome (Le Bom, 1963; Moscovice, 1981). Ela pode se referir à relação que um grupo mantém com outro grupo. Esta relação nós a nós, contem o universo das relações sociais (Padioleau, 1986), e permanece no campo privilegiado da sociologia (Rocher, 1968: Javeau, 1976) e da antropologia sócia (Evans-Pritchard, 1969).
            Os três diferentes tipos de interações contribuem cada um de sua maneira para construir certa ordem. O primeiro e o segundo de Goffman (1988) é o universo relacionado do face a face que coloca em jogo atores, atividades, rituais, gestos, convenções, palavras e papeis num quadro espaço-temporal determinado (Harré, 1979; Goffman, 1973). Esta noção de face remete de um lado à fisionomia, a expressão, e de outro lado, à estima de si próprio (Giddens, 1987). Em um contexto organizacional produz um grande número de situações deste gênero, como as numerosas reuniões, encontros quotidianos, entrevistas entre superiores e subordinados, trocas de informações entre colegas, conversas de corredor, etc.
            O universo relacional pouco duradouro (efêmero) e muito circunscrito no tempo, esta como o segundo tipo de interação, pressupõe a existência de uma multidão onde as relações que se estabelecem são mais de ordem de fusão do que de qualquer outro tipo de interação. Nas organizações este tipo de interação pode ser vista por ocasião de manifestações de que venha mobilizar pessoas em um todo ou por parte, como as greves, desfiles, ocupação de fabrica, assembléias gerais, manifestações sindicais, políticas, esportivas ou religiosas.
            Com relação ao terceiro e último tipo de relacionamento condiz à esfera das identidades coletivas que delimitam as origens sociais dos indivíduos onipresente igualmente nas organizações. Cria-se numerosas relações e fragmentação (clivagens) em nós-eles/elas que recortam universos sociais distintos, como: direção superior-base, executivo-operários, grupos sócio-profissionais, universo masculino-feminino, nacionais-estrangeiros, velho-jovens, etc. Estas relações sociais, colocando em jogo as relações de poder e de significados (Sainsaulieu, 1987; Clegg, 1989) contribuem para edificar o que nós qualificaremos de ordem organizacional.
            Os três grandes tipos de interação poder ser formais, codificados por um conjunto de regras e procedimento explícitos, estabelecidos em quadro claramente definido, ou informais originários de relações que são construídas (tecidas) espontaneamente nos locais de trabalho, a realidade combinando sem cessar as duas formas. Para a existência deste mundo da interação, é necessário colocar em jogo certo número de mecanismos ou modos de comunicação, ritos de interação e de processos psíquicos com estreita relação entre si.

Nenhum comentário:

Postar um comentário