quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Valorização e conhecimento

Os RHs, juntamente com os gestores, precisam ser mais eficazes, pois essa é a exigência dos novos tempos. Saber exatamente quais são as competências a serem desenvolvidas e necessidades de treinamento e desenvolvimento de cada colaborador é o que fará a diferença na percepção de valorização e reconhecimento, contribuindo para o maior comprometimento.


A escolha de bons fornecedores e parceiros de treinamento com essa visão maior e não simplesmente oferecer mais um curso de prateleira também fará a diferença. Há muita pirotecnia, shows em que as pessoas ficam mobilizadas emocionalmente, abraçam-se, choram, vão embora e no dia seguinte fica tudo como estava.


Treinar e desenvolver pessoas é – e sempre será – estratégico. Eu chamo de sorte quando a pessoa ou empresa está preparada para quando a oportunidade surge. Assim, prevendo que tanto os momentos de prosperidade quanto as crises têm prazo para terminar, é estratégico azeitar o time, cuidar para deixá-lo motivado, competitivo e atualizado para quando as exigências surgirem. Inclusive, vale deixar isso muito claro para os colaboradores.


Acreditar nas pessoas como maior patrimônio não quer dizer só dar tapinhas nas costas e dizer que acredita nelas, mas que se investe nelas pensando também no melhor desempenho durante a passagem de períodos difíceisDeixá-las saber que são de fato importantes explicando o porquê será fundamental para a assimilação do processo.





A potencializarão da força humana é gerada por um processo de multiplicação, quando cada realização significativa obtém reconhecimento por parte dos líderes e da empresa, num processo de valorização em substituição ao processo "toma lá, dá cá" inerente ao conceito de compensação tradicional.


Valorizar a contribuição pode ser algo mecânico ou automático, fundamentado em valores humanos básicos como respeito, consideração positiva, dentre outros. O efeito de um ou de outro é qualitativamente muito diferente, seria uma verdadeira mudança de patamar. Reconhecimento é algo por natureza "sob medida", embora possa haver muitas situações em que os verdadeiros esforços de equipe devam ser valorizados.





Em função das mudanças, dos novos desafios e das inovações constantes, os próprios processos de avaliação exigem melhorias contínuas, além do treinamento e desenvolvimento das pessoas envolvidas. Porém, não basta querer valorizar as contribuições apenas no sentido de cumprir mais essa obrigação. Somente ações autênticas e de alta qualidade geram impacto junto às pessoas.


A valorização e o reconhecimento da contribuição ocorrem em função de alguns fatores fundamentais:


* De compensação ao reconhecimento - substituição do conceito de "compensação" por reconhecimento genuíno à contribuição;


* Valores humanos - o humano na base da valorização


da contribuição, levando a questão do reconhecimento a novos patamares de evolução; 


* Individualização - não pasteurização do reconhecimento e ênfase às características de cada caso, levando a um senso de justiça mais legítimo e aceito como certo pelas pessoas;


* Abertura à subjetividade - consideração de aspectos não quantitativos e não objetivos, ampliando o escopo do processo de valorização e reconhecimento;


* Diálogo - abertura à conciliação de pontos de vista (de cima para baixo e de baixo para cima) quanto ao nível de contribuição, atribuindo maior legitimidade ao processo;* Não manipulação - autenticidade e ênfase ao verdadeiro, fortalecendo os processos de reconhecimento, em contraposição à fragilidade inerente ao caráter manipulador dos sistemas tradicionais;


* Evolução dinâmica - aperfeiçoamento constante, fazendo com que os processos de valorização estejam sempre atuais e em linha com as demandas do momento;* Ação competente - qualidade das ações de valorização e reconhecimento assegurando sintonia entre intenção efetiva e implementação;


* Cultura em sintonia - adequada sintonia dos valores do processo de reconhecimento com a cultura organizacional.











Pense bem e responda: o que é, afinal, Valorização Profissional?


Quantas vezes você já participou, aí na sua entidade de classe, de alguma palestra, seminário, curso ou outro evento qualquer em que o tema central era a Valorização Profissional?


Você sabia que a Valorização Profissional é a segunda principal motivação para a criação ou revitalização de entidades de classe de Engenharia e Arquitetura no Brasil? (a primeira é, ainda, Tabela de Honorários).


Não lhe parece estranho que, com tanta gente querendo, e com tantas entidades se movimentando...


a tal da valorização profissional pareça estar cada vez mais distante? Inacessível?


Inatingível?


E sabe onde está o "X" da questão? No termo "Valor", embutido na palavra "Valorização".


Infelizmente, para a maioria das pessoas, valorização significa "ganhar mais". Ter mais "valor" significa "valer mais (em dinheiro)". É o famoso "Ter" e "Parecer" sobrepujando o "Ser" e o "Saber". Isso significa transformar conseqüência em objetivo. O meio em fim.


É preciso ver o clássico objetivo de melhorar a Remuneração não mais como um objetivo e sim como uma conseqüência de um processo. Para isso é preciso revisitar o conceito de Valorização Profissional. E entender que, ganhar mais não significa, automaticamente, ser mais valorizado. No entanto, quando se é, realmente, valorizado pelo mercado, ganhar mais é uma conseqüência natural.


Dignidade, Realização, Reconhecimento, Segurança, Perspectivas promissoras... Essas são as cinco condições fundamentais e os principais indicadores da verdadeira valorização profissional.


Dignidade é determinada pelo respeito que a sua presença impõe. A certeza interior que você tem de que está fazendo o melhor, da melhor maneira possível e que ninguém, em momento algum poderá desestabilizar a sua atuação.


Realização Profissional se dá quando você consegue ver materializado as suas idéias sem intervenções, sem mutilações, sem comprometimentos. A sensação maravilhosa de ver que o seu trabalho teve princípio, meio e fim.


Aí vem o Reconhecimento Profissional aquela impagável manifestação do mercado (não apenas do cliente) de que o seu trabalho é diferenciado e valioso.


Nenhum profissional poderá se sentir valorizado se estiver se sentindo inseguro na relação com o mercado. A Segurança, portanto, é uma condição absolutamente indispensável para determinar que você tem Valorização Profissional. Se você não se sentir seguro, nunca irá fazer bons negócios. O problema com a segurança é que esse é um sentimento que você precisa


conquistar. Não é dado pelos outros.





Perspectiva Promissora fecha esse nosso pequeno conjunto de indicadores de valorização profissional. Se o seu trabalho não lhe dá perspectiva, você não tem uma vida ligada a esse trabalho. Ele, definitivamente, não vale à pena.


Você pode até ganhar muito dinheiro. Porém, sem Dignidade, Realização, Reconhecimento, Segurança, Perspectivas Promissoras... você terá tudo, menos valorização profissional





DIGNIDADE


Vamos ao dicionário: Dignidade é qualidade moral que infunde respeito; consciência do próprio valor; honra autoridade, nobreza; qualidade do que é grande, nobre, elevado; modo de alguém proceder ou de se apresentar que inspira respeito; solenidade, gravidade, brio, distinção;


respeito aos próprios sentimentos; amor-próprio...


Pois bem. Vou tentar ser objetivo, correndo o risco de ser simplista: Dignidade é uma coisa que semprecomeça dentro de nós. Ninguém nos tira a Dignidade, a menos que permitamos isto.


Dignidade é um estado de espírito. Uma "aura". Algo que ninguém consegue identificar objetivamente ou medir com algum critério ou instrumento.


É um direito que o indivíduo dá a si mesmo de olhar os outros de frente, de cabeça erguida, sem medos, sem vergonhas, sem constrangimentos.








REALIZAÇÃO





A REALIZAÇÃO é parte fundamental do caminho que leva à Valorização Profissional, pois quem não realiza não se realiza.


Do que estamos falando? De quem estamos falando?


Dos caneteiros. Dos acobertadores. Assinadores de planta, capachos de desenhistas... Estamos falando dessa raça nefasta de levianos irresponsáveis que desgraça a profissão, jogando lama sobre tantos anos de dedicação e sacrifícios deles próprios e também dos seus colegas.





RECONHECIMENTO


O Reconhecimento é talvez o único dos fundamentos da Valorização Profissional que depende muito menos de nós e muito mais dos outros. É, com certeza, uma das coisas mais difíceis de ser obtida.


Reconhecimento Profissional é aquela impagável manifestação do mercado (não apenas do cliente) de que o seu trabalho é diferenciado e valioso.


Uma das chaves para o reconhecimento profissional é a paciência.


Portanto, não esqueça: as estratégias de marketing profissional que você vai por em prática tem de incluir os seus colegas como público alvo. Pois sem o conhecimento e o reconhecimento deles você nunca obterá o conhecimento e o reconhecimento do mercado (o que inclui os seus potenciais clientes)





SEGURANÇA





A tão sonhada Valorização Profissional nunca chegará para um profissional que não seja absolutamente seguro quanto ao seu trabalho. Que não tenha certezas profissionais. Que não transpire a convicção da competência.


Um profissional seguro é muito mais respeitado. E um profissional respeitado está a mais de meio-caminho da Valorização Plena.





FUTURO





Uma profissão só pode ser considerada “Valorizada” se os seus praticantes têm futuro. Se as perspectivas são promissoras.


Como eu já disse na introdução deste ensaio, se o seu trabalho não lhe dá perspectiva, você não tem uma vida ligada a esse trabalho. E, definitivamente, não vale à pena.



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